terça-feira, julho 03, 2007

Memorial-II

Duas Igrejas, Paredes, 27 Junho de 2007, 16.00 horas

Noticia a agência Lusa que dois operários morreram em Duas Igrejas, Paredes, pelas 16.00 Lutohoras, quando trabalhavam na manutenção da rede de saneamento, após terem entrado numa conduta. As razões do evento são desconhecidas! Não admira!

Tinham cerca de 40 anos de idade e trabalhavam para a empresa Águas de Paredes, S.A., que gere as águas residuais do concelho de Paredes.

Hoje, em Amarante, três trabalhadores da construção civil ficaram feridos por queda do andaime da obra onde trabalhavam. Podia ter sido pior ...

Nos primeiros cinco meses deste ano a Inspecção Geral de Trabalho já notificou 56 vítimas mortais por acidentes de trabalho.

Trabalhar mata.

Num país em que os dirigentes políticos só falam de "flexisegurança", onde está a segurança?

Posted: Wednesday, June 27, 2007 10:29 PM por Snowmass

3 comentários:

Anónimo disse...

Rendinhas e Veneno

Eis-me de volta depois de umas merecidas feriazinhas...apenas em jeito de comentário gostaria de precisar que a existência de tantas mortes por acidentes de trabalho tem precisamente a ver com a tal da flexisegurança...dahhhh...está-se mesmo a ver, segurança flexivel, mais para uns do que para outros, dependendo das circunstâncias e patati patata. A verdade é que as regras básicas de segurança são muitas vezes desprezadas pelos próprios...é o "fia-te na virgem e não corras" e a falta de formação em higiene e segurança no trabalho... é o pensar que só acontece aos outros quando já tudo de mal nos aconteceu, começando por sermos portugueses(tropeça nas rendinhas...cai e faz um hematoma na cabeça por falta de capacete de protecção)

Anónimo disse...

Hoje em dia, há profissões que obrigam o trabalhador ao sair de casa despedir-se da FAMÍLIA como se fosse a última vez ( lembram-se da música do Chico Buarque, Construção?)pois, ao irem trabalhar, assumem um risco sério de poder ter acidentes.Estão neste caso todas as profissões "fora de portas", ( pescadores, camionistas, motoristas em geral, construcção civil, polícias, mineiros, bombeiros, etc), não falando noutras em que o risco não sendo imediato,colocam o trabalhador em condições potencialmente geradoras e danos físicos futuros ( médicos, enfermeiros, trabalhadores expostos a radiações,etc). Isto quer dizer quase todos nós temos que assumir que corremos riscos acrescidos na nossa actividade laboral, e que estamos também em óptima situação para causarmos riscos a terceiros. Por isso compreendo o que diz a Rendinhas, no que concerne à responsabilidade dos próprios em grande parte dos acidentes de trabalho.
Mas e as más condições que as empresas proporcionam? A falta de fiscalização por parte das entidades competentes?
Se medíssemos tudo muito bem, casos haveria que por dinheiro nenhum sairíamos de casa para ir trabalhar. Afinal, o verdadeiro herói, não é o que mata ou se faz matar em nenhuma das muitas guerras que por aí se produzem para dar milhões aos poderosos. O verdadeiro herói, é o homem ou a mulher que sai todos os dias de casa, apra ganhar o sustento dos seus e que pode nunca mais voltar!!

Anónimo disse...

ufff que dramatismo!...pensando bem em casa também nos podem acontecer uma série de azares...eu pessoalmente tenho mais medo de acontecer qualquer coisa quando estou em casa sózinha do que quando estou a trabalhar! Não que trabalho de secretária constitua um perigo mortal para ninguém a não ser pela enorme responsabilidade e pelo stress acrescido mas para morrer basta estar vivo... pensando bem ontem comi uma maçã assada no Bar do emprego com toda a aparência de estar fermentada...envenenamento no local de trabalho...se estivessemos nos EUA ainda podia receber uma massas à conta disso...agora em Portugal! pffff! ainda me diziam que o piquinho da maçã era porque a maçã era toda purinha, era maçã do campo, não daquelas maçãs sem sabor que vêm de Espanha etc..etc...ou me diziam que quem estava fermentada era eu, o que começa a ser verdade, enfim...na verdade tudo passa impune neste cantinho à beira mar plantado...faz-me lembrar aquelas piadinhas sobre os europeus da UE que circulam por aí com os respectivos cartoons alegóricos...ao lado de "proud like a spanish" aparece "technical like a portuguese" com um tipo à martelada ao computador...verdade seja dito que por cá tudo se resolve às três pancadas...cá por mim, pancadas só de Molière!