segunda-feira, janeiro 14, 2008

É melhor ser rico com saúde, que pobre e doente



Esteve este fim de semana em Leiria, no Auditório Miguel Franco, o último filme de Michael Moore,"Sicko", uma corrosiva e bem estruturada crítica ao sistema de saúde dos Estados Unidos, que é completamente privado e está nas mãos das Seguradoras e da grande indústria farmacêutica. Tema que toma maior relevância quando em Portugal se assiste a um desvalorizar do SNS e a um apoio que já nem é encapotado às grandes empresas privadas com interesses no sector.

No caso americano, onde mais de 50 milhões de pessoas por não terem dinheiro para seguros estão excluídas de qualquer protecção a nível da saúde, ainda há o problema das restrições à possibilidade de aceder a um seguro devido à existência de doenças crónicas ( diabetes, Hipertensão, colestrolémia, são algumas ) impeditivas da celebração de contrato. E não há excepções de qualquer ordem, seja mulher, idoso, ou criança, se não estiver coberto não é tratado porque não pode pagar!

Muito humano, não é? E este estado de coisas começou com Nixon e se os Republicanos ganharem as eleições não será alterado. Aliás com Bush, as condições ainda foram mais agravadas, beneficiando os grandes interesses privados. Curiosamente, no país ao lado, o Canadá, onde está no poder um governo conservador, o sistema de saúde estatal é universal e totalmente gratuito, sendo que alguns americano(a)s se casam com canadiano(a)s para a ele terem acesso.

Nós por cá temos o hábito de desqualificar o nosso sistema de saúde, mas, sem esquecer que há muito a melhorar, é bom que pensemos em defendê-lo com unhas e dentes do ataque da besta neo-liberal, para quem só o lucro importa. Correia de Campos tem sido o porta-estandarte desses interesses e tem tido o apoio do PS(???) na prossecução destas políticas anti-nacionais, se bem que alguns ilustres socialistas se tenham já demarcado desta tendência fortemente liberal que marca a atitude deste governo. António Arnaut, o fundador do SNS, foi o primeiro signatário de uma petição que pretende recolher 100.000 assinaturas em defesa do SNS "geral, universal e gratuito. Também Manuel Alegre a assinou, assim como o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, e mais haverá, concerteza, que não se revêm nas opções de C. Campos.

Neste fim de semana, no Auditório Miguel Franco, só faltaram os leirienses. Que não seja assim quando fôr preciso agir.

Redfish

1 comentário:

mordaki disse...

Elucidativo comentário.
Mais que suficiente para arrancarmos com uma forte campanha no sentido das 100 mil assinaturas para que possamos evitar a privatização, que caminha a passos largos, dos serviços de saúde.
mordaki