quinta-feira, junho 21, 2018

Vamos falar de...

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    Desculpem lá vir distrair-vos em tempos de tão patriótica euforia, mas todos nós sabemos que nestas coisas de futebolada  todos somos sábios, todos somos loucos, génios incompreendidos, treinadores de bancada e mesa de imperial e bifana, juntando as nossas vozes críticas às dos especialistas de vários e pouco reconhecidos méritos, que povoam ecrãs de televisão em resmas de programas de duvidosa qualidade dedicados ao assunto, bastas vezes ao insulto e muitas mais vezes ainda ao disparate puro e duro, no que rivalizam connosco, pois se não somos todos Ronaldos, temos pena, mas com a vantagem de não ter de provar nada a ninguém, nem a nós próprios. E que dizer daquelas intermináveis reportagens sobre os hotéis onde ficam os "craques", o pequeno almoço dos craques, o penteado dos craques, o almoço dos craques, as namoradas dos craques, o jantar dos craques... 😝
     Há vida, para além disto? Claro que há!! O Facebook, o Instagram, o Twitter, o....eu sei lá, mas há-de haver mais qualquer coisa onde nos deliciamos a mostrar ao mundo como queremos que o mundo nos conheça, petições para aqui, fotos fofinhas para acolá, viagens de sonho de vez em quando, alegrias e tristezas, o filho da puta do Trump, o genocídio em Gaza, o drama dos refugiados, a Maria Vieira e a cretinice, tudo ao alcance dum like ou dum 😡 que não há palavras que mostrem o nosso repúdio tão comodamente. Também há quem aproveite para desancar nos professores pelo  vil descaramento de defenderem os seus direitos sem tentarem ao menos compreender que a culpa é da Troika e neste momento o país não tem dinheiro para ninguém...quase ninguém.
    Nas ruas, curiosamente, há gente. O inverno parece ter ido finalmente de férias, o povo reage e enche as praças e esplanadas. Este ano será que ainda se farão piqueniques? O que resta das nossas matas é muito pouco e precisa de protecção. Contra o enguiço, contra o descuido, contra a selvajaria. 
     E amanhã há Dead Combo, que nem só de futebol vive o homem e há a poesia do Ondjaki, que veio a Leiria mostrar o seu novo livro e contar-nos mais umas histórias. E há aí uma gente que faz teatro e que gosta que o vamos ver. 
     Bolas, parece que a chuva não foi com o frio, está confortavelmente instalada uma boa trovoada,  -  ena pá tanta energia - eu aqui a armar-me em filósofo e tudo, fiquei sem saber o resultado do Irão com a Espanha, vou beber um caneco de leite quente e vou dormir.

Vosso Redfish     
     



































  

segunda-feira, abril 02, 2018

Passeando por "Pinhais de Eucaliptos"


   
    Ora bem, meus caros concidadãos, neste início de Primavera tão cheio de mal entendidos atmosféricos, com chegadas e partidas de Hugos e Irenes e alertas de várias e coloridas tonalidades, há muito com que nos coçarmos e, infelizmente a coisa está para durar.
    A chuva, que veio para salvar a agricultura teima em não arredar pé, o que parece não ser suficiente para ocultar as badalhoquices que se foram fazendo por rios e ribeiras um pouco por todo o país, este eucaliptal à beira mar plantado ( aprendi uma nova designação - "pinhal de eucaliptos" - menos expositiva) e ao fundo da Europa, para quem esteja de costas voltadas para África.
     Leiria, o distrito, foi um dos alvos dos fogos extemporâneos acirrados pela falta de chuva, pela falta de  planeamento florestal, pela falta de cautela e de bom senso, também, e não esquecer, pela falta de honestidade de alguns, que não olham a meios para obter proveitos.
    Leiria, a cidade/concelho, vê a sua bacia hidrográfica a meter água, pois a cada chuvada é certo e sabido que haverá merda. Não é tão mediático este atentado ambiental contínuo, comparativamente ao crime sem castigo que são as descargas das fábricas de papel, com a Celtejo à cabeça, que vão matando o Tejo (que tão maltratado nos chega já de Espanha, onde serve para tudo, até para arrefecer turbinas de centrais nucleares), mas são igualmente severas as consequências para a saúde pública e de igual responsabilidade criminal. A culpa, por enquanto, tem morrido solteira, aqui por estas bandas, onde os alertas e a luta de alguns é ignorada e desvalorizada pela maioria dos cidadãos e dos poderes públicos e políticos do concelho. A CM Leiria diz continuamente NIM a tudo o que a retire do seu doce descanso e vai poluindo como os outros com a sua inércia. É verdade que o problema vem de longe, muito antes deste executivo vir demonstrar a quem quiser ver como se governa uma autarquia em nome de todos beneficiando uns quantos. Temos um estádio que o prova e é o orgulho certo de quem faz do nepotismo forma de vida.
    Esta é a absurda conclusão: em Leiria gasta-se dinheiro em tudo o que não sirva para nada de útil mas que dê jeito. 
   E como ele não nasce do chão, depois falta para o resto. Mesmo quando há sobra, volta-se ao mesmo. Há sectores da nossa vida comum que são e serão sempre o parente pobre na ementa deste município: cultura e educação, por exemplo.
    Na rubrica da cultura no Orçamento de 2018, de quase 5 milhões de euros, a grande maioria perde-se, vá lá, é para gastar em edificado, com grande destaque para as obras de recuperação do castelo. É bom que vejam o que lá está. Lembrem-se, e com isto me despeço, que esta gente pretende fazer de Leiria a capital da cultura. Fiquem bem

Redfish ( a nadar junto à nascente)

    

quarta-feira, março 14, 2018



O regresso do Peixinho Vermelho 


1- Razões para o regresso
2- Sigamos, então.....

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   Diz quem sabe, que o que está morto, morto está.  Eu também penso que, por vezes, isso é verdade. Menos quando sou eu a ressuscitar o morto. É claro que o morto não tem vida própria, é apenas um produto da minha vontade. Esta não é  a versão blogueira do " Walking Deads". É apenas expressão de um querer, tal como o foi a sua (falsa) morte, que isto de mortes e ressurreições virtuais é mais ou menos o mesmo que a  estadia do sr. dr. Marques Guedes em Berkeley, ou seja, é uma coisa que imaginamos que seja, para vermos o que seria, se fosse. Às vezes pega. É o que estou a tentar. Se bem me lembro, a pseudo morte do Leiria em Cuecas ocorreu no mês de Julho de 2015. Foi morte súbita, sem direito a despedidas e epitáfios...e ainda bem, digo eu, como estamos a ver.
Pretendemos voltar para nos juntarmos aos que, olhando à sua volta, vêm na mão castrista que esmaga Leiria, uma fusão antipática entre prepotência e visão foleira da vida. Nada de importante, portanto, dirão os simpáticos frequentadores da nossa bela praça. Sempre assim foi, acrescentarão, o que não deixa de ser verdade, mas que não impede que nós achemos que este modo de estar seja tão criminoso como o daquele, que sustentado numa maioria mais do que absoluta, vai pondo e dispondo do nosso concelho como se fosse um jogo de Lego com as peças avariadas. 

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  E vamos aos factos!
 Nós sabemos que o normal cidadão de Leiria gosta (tanto, tanto) da sua terrinha exactamente na mesma medida que não faz a mínima ideia de como aqui se decidem as coisas que lhe moldam a vivência. Não há Plano de Mobilidade que os incomode, nem crime ambiental para o qual não haja compreensão. Afinal, até veio um Ministro a convite da Câmara à festa dos óscares da porcaria ( Porco de Ouro) e à falta de bons transportes colectivos, a malta compra um bólide próprio, que, não podendo ser um Ferrari, pelo menos apita como o dos ricos. Vão fazer obras no Castelo? Querem eles lá saber! Fica lá no alto! Ninguém lá vai, a não ser meia dúzia de turistas e só uns quantos totós que andam sempre a barafustar por tudo e por nada é que ligam a essas coisas. E ainda por cima aquele poeta, o Korrodi, fez uns desenhos já há bué de tempo, onde já estavam as alterações todas previstas.
Como tudo o que incomoda, do vizinho barulhento à comichão, as coisas tendem a ser sentidas como problemas sem solução, que voltam sempre, faça-se o que se faça. Esta postura permite a quem manda o exercício livre da arbitrariedade e do despautério.
 Só assim se percebe o que se passa há largas dezenas de anos com a poluição dos nossos recursos hídricos ( quem toma banho na Ribeira dos Milagres, nos dias de hoje?)
Só assim se entende como o desinvestimento na cultura passe incólume aos olhos da opinião pública.
Só assim se entende, que tenha sido aprovada a construção de um (?) elevador para o Castelo, o tal que fica lá no cimo e onde o povo não vai, e ninguém diga nada! Nadinha.
Como vai ser, para que vai ser, porque vai ser, que impacto vai ter, que estudos fizeram, façam o favor de dizer que benefícios isso vai trazer para quem aqui vive e não percebe estas escolhas.  É o mínimo que deviam querer saber. E não estar borrifando-se para todas as diatribes que calma e ponderadamente este executivo de Raul Castro tem feito e se prepara para continuar a fazer.

 Ao vosso dispor

 Redfish

                                                  Modelo de elevador para o Castelo 

                                         
desenho de Gil Campos