segunda-feira, abril 02, 2018

Passeando por "Pinhais de Eucaliptos"


   
    Ora bem, meus caros concidadãos, neste início de Primavera tão cheio de mal entendidos atmosféricos, com chegadas e partidas de Hugos e Irenes e alertas de várias e coloridas tonalidades, há muito com que nos coçarmos e, infelizmente a coisa está para durar.
    A chuva, que veio para salvar a agricultura teima em não arredar pé, o que parece não ser suficiente para ocultar as badalhoquices que se foram fazendo por rios e ribeiras um pouco por todo o país, este eucaliptal à beira mar plantado ( aprendi uma nova designação - "pinhal de eucaliptos" - menos expositiva) e ao fundo da Europa, para quem esteja de costas voltadas para África.
     Leiria, o distrito, foi um dos alvos dos fogos extemporâneos acirrados pela falta de chuva, pela falta de  planeamento florestal, pela falta de cautela e de bom senso, também, e não esquecer, pela falta de honestidade de alguns, que não olham a meios para obter proveitos.
    Leiria, a cidade/concelho, vê a sua bacia hidrográfica a meter água, pois a cada chuvada é certo e sabido que haverá merda. Não é tão mediático este atentado ambiental contínuo, comparativamente ao crime sem castigo que são as descargas das fábricas de papel, com a Celtejo à cabeça, que vão matando o Tejo (que tão maltratado nos chega já de Espanha, onde serve para tudo, até para arrefecer turbinas de centrais nucleares), mas são igualmente severas as consequências para a saúde pública e de igual responsabilidade criminal. A culpa, por enquanto, tem morrido solteira, aqui por estas bandas, onde os alertas e a luta de alguns é ignorada e desvalorizada pela maioria dos cidadãos e dos poderes públicos e políticos do concelho. A CM Leiria diz continuamente NIM a tudo o que a retire do seu doce descanso e vai poluindo como os outros com a sua inércia. É verdade que o problema vem de longe, muito antes deste executivo vir demonstrar a quem quiser ver como se governa uma autarquia em nome de todos beneficiando uns quantos. Temos um estádio que o prova e é o orgulho certo de quem faz do nepotismo forma de vida.
    Esta é a absurda conclusão: em Leiria gasta-se dinheiro em tudo o que não sirva para nada de útil mas que dê jeito. 
   E como ele não nasce do chão, depois falta para o resto. Mesmo quando há sobra, volta-se ao mesmo. Há sectores da nossa vida comum que são e serão sempre o parente pobre na ementa deste município: cultura e educação, por exemplo.
    Na rubrica da cultura no Orçamento de 2018, de quase 5 milhões de euros, a grande maioria perde-se, vá lá, é para gastar em edificado, com grande destaque para as obras de recuperação do castelo. É bom que vejam o que lá está. Lembrem-se, e com isto me despeço, que esta gente pretende fazer de Leiria a capital da cultura. Fiquem bem

Redfish ( a nadar junto à nascente)