Grândola, vila morena: José Afonso
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da Fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
que já não sabia a idade
jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Grândola, atua vontade
jurei ter por companheira
à sombra duma azinheira
que já não sabia a idade.
4 comentários:
25 Abril SEMPRE!
Não se trata de saudosismos... cada dia que passa sentimos a falta de valores daquilo que representou para o povo português a LIBERTAÇÃO.Cada dia que passa sentimos a falta dos direitos mais elementares enquanto gente.Cada dia que passa nos retiram direitos em nome do futuro.Que futuro ? Haverá futuro sem gente,sem identidade,sem trabalho,sem saúde,sem direito a ter uma vida digna de verdadeira cidadania ? álem DE GRANDOLA VILA MORENA,teremos cada vêz mais de apelar à nossa capacidade de mobilização cantando todos os dias, VENHAM MAIS CINCO E TRAGAM OUTRO AMIGO TAMBÉM...
FOI BONITA A FESTA, PÁ
FIQUEI CONTENTE
ÌNDA GUARDO RENITENTE, UM VELHO CRAVO PARA MIM
JÁ MURCHARAM TUA FESTA,PÁ
MAS, CERTAMENTE
ESQUECERAM UMA SEMENTE NALGUM CANTO DO JARDIM
CHICO BUARQUE
E JÁ AGORA...
Vós que vistes Abril e não guardastes nos olhos
A esperança que nas ruas em Abril nasceu
Vós que cantastes Abril e não guardastes na vóz
A liberdade que em Abril nas ruas correu
Vós que clamaste fraternidade e que Abril seria sempre
Porque não o gritaste mais alto? porque não o guardaste dentro?
hoje
Que Abril já é passado
e a razão do dia é esquecida
hoje
Que de Abril na memória
ficaram os cravos e não a magia
hoje
Que Abril é só palavras,recordação
hoje
Vós espectadores da história
Guardiões de memórias
e de esperanças sempre perdidas
Tendes a pátria que construistes
não a que sonhastes
Tendes os pobres que paristes
Num país sempre adiado
Em que a liberdade é palavras
que se grita num só dia
E igualdade bem repartida entre iguais
NÃO ENTRE QUEM DELA CARECE E CARECIA
Intervenção da Camarada Maria Luís na Câmara de Pombal
25 DE ABRIL 2006-04-24
De ano para ano aumenta o número de vozes contra a celebração do dia 25 de Abril e a contestação ao feriado nacional . É curioso verificarmos que aquelas opiniões são emitidas por portugueses da idade das minha filhas e das minhas netas, portanto duas gerações depois da minha .
Só posso atribuir tal opinião ao meio onde cresceram, famílias há gerações muito bem instaladas na vida, digamos RICAS , famílias rurais onde a informação, foi e continua a ser a dos caciques da terra, de pequeno burgueses provincianos ou urbanos, dos que se governam à custa de pedidos e de favores concedidos por quem está no poder, ou ainda dos magoados retornados de África. As duas novas gerações que coabitam com as mais idosas, só conhecem a sociedade de depois do 25 de Abril e , a maior parte até se contenta com ela ,ao que observo , embora lhe faça retoques aqui e acolá.
O esquecimento é mal humano. Todos temos tendência para fechar num quarto escuro as memórias negras. Não podemos , porém , dizer de 48 anos de fascismo , quase duas gerações, que o viveram , que não foi nada. Perguntarem-se se valeu a pena ?!!! Digo-vos, se não é ignorância , é má fé . É veneno. É insulto.
É conspiração contra os objectivos de uma Revolução que ainda está em marcha. A revolução não acabou, ainda tem muitos pontos para afinar , falta-lhe ainda o trabalho de algumas gerações.
É possível que as tais duas gerações de que falei, toda a vida tenham ouvido criticas negativas à Revolução , sem jamais lhes terem ensinado o que sucedia antes da revolução. Na nossa Revolução há os que perderam privilégios imorais, digamos que ainda há gente DEMAIS a ter privilégios de classe, mas são muitos mais os que beneficiaram dela : escola e saúde para todos, esteve a saltar do papel para a prática. Quem tem tentado impedir? Escolaridade gratuita e obrigatória , existe “! Saúde pública, quem tem impedido? Justiça acessível, porque deixou de ser ? Quem impediu ? 5 anos para se apurarem responsabilidades no caso do acidente de Entre-os –rios )?
Se as tais duas gerações pensassem uma vez sequer porque razão os seus avós , os seus pais e outros familiares são pouco menos do que analfabetos, porque as casas deles muito antigas são casebres ,porque sofrem de doenças causadas por anos e anos de trabalhos forçados aqui , no estrangeiro , nos campos , nas minas , nas obras , nas fábricas sem receberem os cuidados médicos que deviam ter tido?! Não pensam, não perguntam. Julgam que sofreram e sofrem porque Deus assim lhes destinou ! Como é possível os portugueses e as portuguesas continuaram a sofrer do síndroma do carneiro manso?! Vivemos 48 anos sob uma Ditadura Fascista .Não sabem o que é ? Ainda bem ! Mas eu digo-vos,.A idade não é defeito, é sabedoria.
As minhas amigas da escola vinham do monte , em dias gélidos de Inverno ou descalças ou da tamancas !Almoçavam na escola , um naco de boroa com sardinha , um ovo estrelado , um pedaço de peixe frito e mais nada!:um pacotinho deleite a meio d da manhã ou da tarde ?Nem em sonhos .
Muitas delas mal acabaram a escola foram trabalhar aqui e acolá , aprenderam a ser costureiras , bordadeiras , empregadas de escritório, quando desejariam voos mais altos. Em Pombal até aos anos 60 só havia o Externato e poucos podiam pagar a mensalidade. Subsídios do estado? Nenhuns , A ditadura não estava interessada em alfabetizar a população , muito menos em educa-la .Quem diz das mulheres diz dos homens .
Os meus companheiros de escola empregaram-se no comércio local, aprenderam ofícios . Não podiam aspirar a outros horizontes ! Os que frequentaram o Colégio já ascendiam a bancos e outras instituições .Quem podia ir frequentar a Uni?! Sei que os seus netos e os seus filhos atingiram níveis de escolaridade superior e ocupações muito diferente das dos pais e dos avós. Deve ser para uns e outros uma enorme alegria , um motivo de orgulho. Até que enfim , a partir de 74 respirou-se outro ar em Portugal!
E como sobreviviam muitas famílias em que os pais eram jornaleiros? Quando iam ganhar o dia , tudo bem , quando não…nem tostão ,. E na doença ? E na velhice como seria?
Quem pensa que não há motivos para a celebração desta data ,ou é ignorante ou está de má fé ., repito. Mesmo na profunda crise que vivemos em Portugal e no Mundo, valeu a pena terem-se aberto as portas a mais uma época da História de Portugal de acordo com as grandes metas da Humanidade: Igualdade e Fraternidade.
Aqui há dias ouvi comparar o 25 de Abril com o mov.pop. da Maria da Fonte( no séc.18 ). Creio que no ensino da História é que a Revolução falhou. Foi aproveitado para pelos monárquicos absolutistas deitarem abaixo o movimento liberal aproveitando-se descontentamento da população rural contra a lei da saúde e recolha de impostos para a construção de estradas. (enterramentos em cemitérios).
Valeu a pena! Não venham para cá com estórias do papão , não retirem valor à coragem dos conspiradores que derrubaram o Estado Novo em 25 de Abril de 74. Era um regime Pedroppnos engavetava sem direito sequer a habeas corpus. Era um regime que retirava direitos humanos aos seus cidadãos -tão encapotadamente, que eles nem tinham consciência da miséria em que viviam. Não foi Deus que fez passar necessidades aos Portugueses , que mandou milhares para a Guerra Colonial, foram os Governos de Salazar durante 48 anos! Somos um povo muito nostálgico, que adora contar histórias do antigamente e lembrar o passado triste cantando fados. Temos memória fraca.
Os Portugueses entregaram-se à alegria da Revolução política sem saberem nada de política. Continuam a não saber. É urgente que a Política como Ciência Humana seja tratada com maior dignidade. Não basta um cidadão ter ganho as eleições para que seja reconhecido como político, embora esteja no desempenho de um cargo político.. A Política é uma ciência. Estuda-se .Aprende-se .Os partidos políticos não podem ser olhados como “grandes clubes“ do campeonato nacional de futebol.
. Ética e Política têm que andar a par. E não podem ser tratados como desporto e os partidos não são clubes desportivos, nem a Nação , nem as Autarquias são empresas , nem públicas , nem privadas.
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