O blogue que pretende discutir, sem limitações, problemas que afectam a nossa região... e não só!
terça-feira, novembro 28, 2006
A Câmara mete água
«Requalificação do Rossio de Leiria com sete concorrentes »
«O projecto para requalificar o Rossio da cidade de Leiria, que criará uma ampla zona com espaços verdes, recebeu sete propostas. À chamada da LeiriaPolis, entidade que lançou o concurso, responderam as empresas Oliveiras, Vibeiras/Mota-Engil, Bosogol/A Encosta/Manuel Gomes António, Alberto Couto Alves, João Cerejo dos Santos, Lena – Engenharia e Construções e Alexandre Barbosa Borges.As propostas variaram entre 1 484 715 euros e 2 825 514 euros, tendo pertencido, respectivamente, à empresa Oliveiras e à Alexandre Barbosa Borges.A obra, que terá um prazo de execução de 150 dias, prevê o alargamento dos espaços verdes da zona, actualmente confinados ao Jardim Luís de Camões, a requalificação do piso e a eliminação do estacionamento naquele local.Paralelamente, o projecto contempla a criação de pequenas áreas multiusos, o reforço da iluminação, a substituição do mobiliário urbano e a mudança de local de algumas estátuas. »
Esta era uma notícia exactamente do dia 30 de Novembro de 2005.
Um ano já passou desde esta data! Como está o nóvel Rossio?
Novos espaços verdes? Aquilo é só calçada!!! E para agravar, com as chuvas dos últimos dias, 2 árvores centenárias, muito desajeitadamente, "suicidaram-se". É uma enorme coincidência que estas árvores que tanta tempestade já aguentaram, tenham sucumbido logo após estas "maravilhosas" obras. Será má língua, ou a queda das ilustres centenárias terá a sua explicação no pequeno pormenor, de que com as obras lhes cortaram as suas também centenárias raízes?
Só perguntando a quem as fez, não é? Duvido no entanto que obtenhamos resposta.
Só uma coisa é certa. Este executivo mete muito mais água do que a chuva, e faz muito pior a Leiria que qualquer tempestade.
Redfish
terça-feira, novembro 14, 2006
Revolução vazia
Os caminhos estavam todos marcados a tinta no mapa
eram, contudo, poucos os que não iam dar a Roma
paredes meias com adolescentes suicidas
Padres presunçosos destilavam hóstias de orgulho macho
e o ninho da serpente estava, como de costume, ocupado
A culpa é fêmea bradavam, é sempre a fêmea
E no clamor dos seus destemperos exigiam justiça
como se a vingança pudesse esconder o despudor
com que os negócios da Divindade se cruzam com os de Hipócrates
o vazio dos discursos, o vazio moral dos donos da Moral
o engano em doses industriais, a farsa como panaceia de todos os cancros
que metastizam na leveza singela de uma opção:
ser honesto sem ser crente, ser coerente sem ser cego
ter visão sem ser vidente, ter mais que um mapa à mão
e escolher os caminhos que se quer seguir,
o sol pelas costas, rumo desorientado, vento nas ventas
olá aqui há gato, diremos ansiosos
e se não nos portarmos bem
sentamo-nos e esperamos pelo próximo referendo,
talvez à nossa intrépida perseverança
ou aos solavancos estóicos da nossa alma?
Poderá ser, mas continúo a achar que devemos desconfiar
de todos os que apregoam certezas e desfilam virtudes.
Por muito latim que falem!!
Ita missa est.
Amen
Redfish