terça-feira, junho 29, 2010




Não roubes, sê apenas mais um a ser roubado!
Junta-te aos milhões de portugueses que perseguem religiosamente o seu triste fado. Ainda por cima desonrados por 11 espanhóis de meia-tijela sem respeito, que nos tiraram o sonho africano e nos devolveram a crise que todos queríamos esconder.
Ou então, não roubes, mas não desistas de lutar contra a ideia da inevitabilidade disto tudo, contra a resignação dos que acham que o rico a roubar o pobre é sina de bom cristão, que nada nem ninguém pode mudar o que deus dispõe, que tudo é igual, que todos são iguais e tu apenas mais um sem ilusões nem futuro que não seja o de trabalhar para que outros gozem com o que produzes e tu tens é de dar graças por ainda poderes fazê-lo!


domingo, junho 20, 2010

José Saramago - II



José Saramago, foi grande. Todos os grandes homens têm os seus detractores. Na maioria dos casos gente sem valor acrescentado, a quem apenas injustiças da fortuna deram nacos de protagonismo. Nódoas sem importância na história recente da cultura portuguesa.

Diz o povo que vozes de burro não chegam ao céu. Mas eu quero que saibam o que eles dizem, porque são gente que tem protagonismo, gente com acesso aos média, gente que infelizmente consegue fazer chegar os seus desaforos a muito mais gente do que a cultura alcança. São nocivos ao país, e por isso devem ser denunciados. Aqui ficam 2 exemplos vivos. Há mais, mas ficam para outro dia.


1- Mãe, tenho só um neurónio e foi ocupado por duas baratas tontas


Luís Delgado ( comentador encartado de rádio, tv e jornais vários) no programa

Contraditório da Antena 1: " Eu nunca li nenhum livro de J. Saramago...não gosto da forma como ele escreve"


2- Mãe, a bíblia caiu-me na cabeça e danificou-me a moleirinha


Sousa Lara ( PSD, segundo o próprio "cristão", secretário de estado da cultura num governo PSD, onde censurou o livro "Evangelho segundo Jesus Cristo" à TSF: "Saramago é reincidente (por causa do livro Cain)..."

José Saramago -I


A José Saramago deve este seu admirador o usufruto de muitos momentos de prazer. Era um escritor sublime, um espírito elevado e um crítico duro, dono de uma ironia fina e certeira.

Na hora da sua morte, que melhor homenagem que a sua escrita?



Um Rei Assim, José Saramago


O rei assim é o sr. D. Duarte de Bragança, pessoa medianamente instruída graças aos preceptores que lhe puseram logo à nascença, mas que, não obstante, detesta a literatura em geral e o que escrevo em particular, primeiramente porque considera que no Memorial do Convento lhe insultei a família e em segundo lugar porque a dita obra é, de acordo com o seu requintado linguajar de pretendente ao trono, uma “grande merda”. Não leu o livro, mas é evidente que o cheirou. Compreende-se, portanto, que, durante todos estes anos, eu não tenha incluído o sr. D. Duarte, de Bragança, note-se, na escolhida lista dos meus amigos políticos. Não me importo de levar uma bofetada de vez em quando, mas a virtude cristã de oferecer ao agressor a outra face é virtude que não cultivo. Tenho-me desforrado apreciando devidamente as qualidades de humorista involuntário que este neto do senhor D. João V manifesta sempre que tem de abrir a boca. Devo-lhe algumas das mais saborosas gargalhadas da minha vida.

Isso acabou, a monarquia foi restaurada e há que ter muito cuidado com as palavras, não vão aparecer por aí, redivivos, o intendente Pina Manique ou o inspector Rosa Casaco. Como que restaurada a monarquia? perguntarão os meus leitores, estupefactos. Sim senhor, restaurada, afirmou-o quem tem as melhores razões para dizê-lo, o próprio pretendente. Que já não é pretendente, uma vez que a monarquia acaba de ser-nos restituída pelo drapejar da bandeira azul e branca na varanda da Câmara Municipal de Lisboa. Os moços do 31 da Armada (assim os escaladores se designam a si mesmos) têm já o seu lugar assegurado na História de Portugal, ao lado da padeira de Aljubarrota de quem se desconfia que afinal não matou castelhano nenhum. Não é o caso de agora, A bandeira esteve lá durante alguma horas (haverá um monárquico infiltrado na Câmara para ter impedido a retirada imediata?), pretende-se averiguar quem foram os autores da façanha, e isto acabará como sempre, em comédia, em farsa, em chacota. O sr. D. Duarte não tem estaleca para exigir na praça pública, perante a população reunida, que lhe sejam entregues a coroa, o ceptro e o trono.
É pena que uma tão gloriosa acção vá acabar assim. Mas como, no fundo, sou uma pessoa cordata, amiga de ajudar o próximo, deixo aqui uma sugestão para o sr. D. Duarte de Bragança. Crie já uma equipa de futebol, uma equipa toda de jogadores monárquicos, treinador monárquico, massagista monárquico, todos monárquicos e, se possível, de sangue azul. Garanto-lhe que se chega a ganhar a liga, o país, este país que tão bem conhecemos se ajoelhará a seus pés.

quarta-feira, junho 16, 2010

A incúria tinha de dar mau resultado!

Rua Padre António

Temos denunciado há muito o abuso que é o estacionamento na Rua Padre António, rua que serve o colégio Nossa senhora de Fátima e que é muito usada por crianças, tanto as do colégio, como as que frequentam a escola secundária Domingos Sequeira. Às horas de entrada e saída dos alunos, papás, mamãs e mais quem queira estacionam de qualquer maneira, atravancando o trânsito, e pondo em risco a segurança de quem circule a pé pela rua, maioritàriamente as crianças. A rua, já de si estreita, ainda ficou com a circulação automóvel mais dificultada com a colocação de uns pilares, alegadamente para criarem um corredor protector das crianças que saem do colégio, mas que infelizmente em muitos casos não é utilizado sendo os próprios pais das crianças os primeiros a fazê-lo. Ao estacionarem os carros na rua, ainda diminuem o espaço de circulação automóvel e além de prejudicarem os moradores dessa zona do centro histórico, põem em risco a segurança das crianças. Quanto às autoridades (Câmara e PSP), lamentamos ter que os responsabilizar por este estado de coisas, que, repito, ocorre todos os dias durante a época escolar. Será que por não haver parquímetros esta zona não está sujeita a patrulhamento policial?

Hoje aconteceu o que há muito temíamos. Será que terá sempre que ser assim? Este nacional porreirismo do deixa andar, o tradicional que se lixem que eu já me safei, o inevitável isto só acontece aos outros e o fechar os olhos a tudo que não dê "nota", tudo misturado e mais um erro de condução ( pode acontecer a qualquer um) levaram uma criança a ter de ser hospitalizada.

Neste momento, nada mais importa que a sua recuperação rápida. Mas, para que nada disto se repita há que tomar urgentemente medidas. De uma vez por todas.