O blogue que pretende discutir, sem limitações, problemas que afectam a nossa região... e não só!
quinta-feira, agosto 19, 2010
O amor sem conservantes
Hora da telenovela: onde estão os óculos, pergunta ela e ele com o olhar enevoado
devolve-lhe as próteses com uma carícia
sentida. Sem tocar no assunto remoeram em silêncio os amores e desamores dos outros como se fossem os seus. Beijos abraços tiros mais beijos mais abraços e repete os beijos e ela foge e o outro também a ama menos a má que ama o bom que foi perfilhado pelo tio da má que ama a mulher do amigo que é pai do filho do outro que está a morrer q quer confessar que fez um desfalque mas não morre porque chegou uma mulher misteriosa que sabe o segredo e vai dizê-lo...acaba o episódio, até amanhã, patrocinado pelas cuecas Vitocu, as melhores que se podem comprar se se tiver dinheiro e fica-se muito mais sexy e outras maravilhas que o marketing televisivo e a graça de Deus oferecem aos contribuintes e eles enfim olham-se, olhar enevoado e prótese ocular, ambos cientes da complexidade do momento, sem alternativa coerente com o presente que vivem, decidem que ir para a cama não lhes trará mais infelicidade do que outra coisa qualquer, como por exemplo ter dificuldade em engulir e não o saber, porque, ou não há nada que se engula, ou são sapos e não pérolas ou outras coisas que desejamos dar e não temos. Estamos de pulsos cortados...não atados, estamos de pulsos cortados desde que trocamos névoas e próteses e só não sabemos que nos suicidamos todos os dias porque há mortos com mais consciência do que é estar vivo que nós zombies, mas enfim, diz ele, eu amo-te, tem cuidado diz ela, olha que me partes os óculos, deixa-me tirá-los, cenas dos próximos capítulos são sempre contrárias à vontade dos participantes no evento. Por isso é que o suicídio é crime!
segunda-feira, agosto 16, 2010
Há Bons Sons por aí!
Deixo aqui a minha rendida homenagem a uma grande cantora que infelizmente partiu.
Deixa uma vasta e extraordinária obra. Resta ouvi-la!
terça-feira, agosto 10, 2010
A estação idiota - tradução livre ( de comboios)
O calor aperta e eu estou de volta.
Nada disto rima mas é certo como o diabo esfrega um olho, que é como quem diz, entra mosca e sai asneira.
Estas férias foram muito boas. Gostei muito de Albufeira, como sempre que lá não vou e os ecos das vozes se apagam da memória em fases mais ou menos ordenadas sem critério.
Como de costume em Leiria não é preciso season para ser silly. É como comer alheiras e olhar o mundo de pernas para o ar. As pernas do mundo são um tudo nada tortas. Mas que importa se o Universo é tão grande que eu já nem me lembro onde começa e ninguém nos conhece lá quando por acaso lá passamos, nas férias, rapidamente, para não gastar muito.
Estas férias houve quem não tivesse férias e quem fizesse tudo para que ninguém tenha férias. São desígnios do senhor das trevas e dos anzóis, pai do Zé, que é quem se lixa nas histórias em que não entram mexilhões.
Havemos de ir, agora não me lembro se é a Viana se é a Havana, como diz a canção, mas não importa o que conta é a intenção, é como Barcelos e Barcelona, que é tudo a mesma coisa, só que uma fica na Catalunha e a outra no cu de Judas, e já foi mais longe, só que agora há autoestradas e quase todas pagas a peso de ouro, cheias de pagamentos automáticos para não se ver vivalma nas portagens, porque segundo se diz, as pessoas nas portagens assustam os turistas e isso é que não pode ser num país que vive do turismo e tem a Mota Engil, que, para quem não sabe, é assim como o lego mas só que para os mais crescidos, e não para todos, só para alguns.
Eu gosto muito de férias. Tenho dito!
Redfish