Sabemos que a vida é assim. Ou pensamos saber. Mas quando levamos a cacetada é como se nada soubéssemos. A verdade é que nunca estamos preparados. Ainda bem. Com o coração não se brinca.
Depois fazemos as contas, mais a frio. Tem que ser. Por muito que nos doa a vida não pára, esta corrente
que nos empurra para o amanhã não quer saber para nada dos que ficam para trás. Porra de madrasta, esta vida que tão desleixada com os seus parece ser (nesta parte imagino o Corto Maltese cortando a palma da mão para aumentar a linha da vida).
Mas o caminho já não é o mesmo. Ontem com os olhos marejados de lágrimas fitei incrédulo a realidade da tua partida, nos rostos dos amigos a mesma dor, o porquê, a revolta, no fim a impotência. Hoje, a recapitulação, o recordar do bom que foi tu teres vivido, mesmo que cruelmente interrompido tão perene o teu viver, como o facto de teres existido pôde ser tão bom para tantos, quantos nem podemos imaginar. Saberemos a falta que nos fazes, saberemos a cada dia que passe a dimensão dessa ausência. Podemos afirmar com segurança que ficamos todos muito mais pobres. Todos nós, portugueses, conhecendo-te ou não, adversários ou amigos, todos perdemos. Nós, os que te conhecemos, que tivemos esse privilégio, teremos sempre a ajudar-nos o teu exemplo, a dignidade da tua luta, a tua entrega.
É verdade que nada disso és tu. Mas também sabemos que nada honrará mais a tua memória do que continuar o teu (nosso) combate, esse sonho por um mundo mais justo e fraterno para todos.
Hoje foi a tua homenagem. De todo o mundo vieram lindas mensagens cheias de gratidão e tristeza pela tua partida. O orgulho que elas me provocaram. Orgulho pelo Homem que tu foste, orgulho por ser teu camarada.
Foi bonito de se ver, pá.
O blogue que pretende discutir, sem limitações, problemas que afectam a nossa região... e não só!
segunda-feira, abril 30, 2012
terça-feira, abril 24, 2012
Miguel Portas faleceu
Miguel Portas faleceu
Nesta hora em que as palavras não chegam, apenas quero dizer: Miguel, que orgulho eu tenho por te ter conhecido, que orgulho enorme em ser teu camarada. Até sempre.
Nesta hora em que as palavras não chegam, apenas quero dizer: Miguel, que orgulho eu tenho por te ter conhecido, que orgulho enorme em ser teu camarada. Até sempre.
segunda-feira, abril 16, 2012
domingo, abril 01, 2012
Com a verdade me enganas ou já não tens dentes para mentir?
Percorremos caminhos cheios de escolhos. caminhos que vamos ajudando a fazer com a nossa apatia, o nosso silêncio, a nossa triste resignação, ela própria filha do nosso triste fado.
Fazemos ouvidos moucos ao futuro e qualquer treta impingida em horário nobre é uma verdade absoluta que não carece de demonstração.
O fim do mundo começa na Grécia, como nos querem fazer crer, mas de lá, um 1º ministro maltrapilho - como nos querem fazer crer - ainda tem tempo de mandar recados ao nosso bem amado - como nos querem fazer crer - Passos Coelho. Diz o pobretanas que ao extinguir o Ministério da Cultura o nosso governo deu uma péssima imagem do nosso país, coisa que eles mesmo vendo-se gregos para satisfazerem a voracidade dos da Troika nunca fariam. Esbanjadores - vocifera o povo patarata e patrioticamente crente - que aprendeu que a Grécia é o lado negro de uma realidade que está tão longe daqui como Plutão, o tal planeta que afinal era como as promessas do Passos Coelho uma mentira, um planeta do 1º de Abril, mas que na realidade mora aqui mesmo, na cabeceira da cama que fizemos e onde agora ninguém se quer deitar, nos BPNs e nas auto estradas que serram a nossa paisagem em cortes sangrentos de euros e de vida.
Um país que não o é, piada de dia 1 de um Abril perpétuo que acreditámos que só tinha o dia 25, mas que a fada má e os seus fadilhões se encarregam de nos mostrar como entre a matança do porco e a festança há quem fique com o presunto todo e há quem roa os ossos...do ofício.
Em Leiria, não chove nem sai de cima. Esta seca que tem a única virtude de impedir que os do costume descarreguem as suas entranhas impunemente na ribeira que há muito não é de milagre nenhum mas dos Milagres se chama, paira sobre esta cidade que secou há muito as fontes donde jorravam as suas memórias. Perdidos numa ilusão de novidade que se desmente a si mesma, os leirienses estagnam e procuram em vão as moiras encantadas que lhe disseram crescerem como papoilas nos campos do Lis. Excepções: a excelente exposição da não menos excelente pintora leiriense Sílvia Patrício, que esteve patente até dia 31 no Banco de Portugal; a garra e permanente criatividade de alguns quantos agentes culturais que apesar do desinvestimento do governo/autarquia/vereador na promoção e apoio à Cultura na região, no teatro na música, na dança, na fotografia e na pintura, têm sido justamente elogiados pela sua entrega e qualidade dos seus trabalhos.
Entre o princípio e o agora destas linhas começou a chover. Ou muito me engano ou esta noite vai haver merda na ribeira. Oxalá me engane. Esta chuva faz muita falta, não precisa de efeitos colaterais. Muito menos deste género e que se repetem há tantos anos. Tantos que até pensamos que é mentira.
Fazemos ouvidos moucos ao futuro e qualquer treta impingida em horário nobre é uma verdade absoluta que não carece de demonstração.
O fim do mundo começa na Grécia, como nos querem fazer crer, mas de lá, um 1º ministro maltrapilho - como nos querem fazer crer - ainda tem tempo de mandar recados ao nosso bem amado - como nos querem fazer crer - Passos Coelho. Diz o pobretanas que ao extinguir o Ministério da Cultura o nosso governo deu uma péssima imagem do nosso país, coisa que eles mesmo vendo-se gregos para satisfazerem a voracidade dos da Troika nunca fariam. Esbanjadores - vocifera o povo patarata e patrioticamente crente - que aprendeu que a Grécia é o lado negro de uma realidade que está tão longe daqui como Plutão, o tal planeta que afinal era como as promessas do Passos Coelho uma mentira, um planeta do 1º de Abril, mas que na realidade mora aqui mesmo, na cabeceira da cama que fizemos e onde agora ninguém se quer deitar, nos BPNs e nas auto estradas que serram a nossa paisagem em cortes sangrentos de euros e de vida.
Um país que não o é, piada de dia 1 de um Abril perpétuo que acreditámos que só tinha o dia 25, mas que a fada má e os seus fadilhões se encarregam de nos mostrar como entre a matança do porco e a festança há quem fique com o presunto todo e há quem roa os ossos...do ofício.
Em Leiria, não chove nem sai de cima. Esta seca que tem a única virtude de impedir que os do costume descarreguem as suas entranhas impunemente na ribeira que há muito não é de milagre nenhum mas dos Milagres se chama, paira sobre esta cidade que secou há muito as fontes donde jorravam as suas memórias. Perdidos numa ilusão de novidade que se desmente a si mesma, os leirienses estagnam e procuram em vão as moiras encantadas que lhe disseram crescerem como papoilas nos campos do Lis. Excepções: a excelente exposição da não menos excelente pintora leiriense Sílvia Patrício, que esteve patente até dia 31 no Banco de Portugal; a garra e permanente criatividade de alguns quantos agentes culturais que apesar do desinvestimento do governo/autarquia/vereador na promoção e apoio à Cultura na região, no teatro na música, na dança, na fotografia e na pintura, têm sido justamente elogiados pela sua entrega e qualidade dos seus trabalhos.
Entre o princípio e o agora destas linhas começou a chover. Ou muito me engano ou esta noite vai haver merda na ribeira. Oxalá me engane. Esta chuva faz muita falta, não precisa de efeitos colaterais. Muito menos deste género e que se repetem há tantos anos. Tantos que até pensamos que é mentira.
Redfish
O grande José Afonso
O grande José Afonso
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