sexta-feira, outubro 03, 2008

Praxe? Não, obrigado!!




Começa a época escolar, e com ela retorna a vergonhosa prática da humilhação e da cretinice institucionalizada que é a "Praxe". Qual o objectivo de uma prática que ano após ano se tem traduzido no abuso mais ou menos gravoso de uns quantos, sobre outros que se apresentam numa condição de suposta ( porque na realidade o não é) inferioridade? )Integração? Vão gozar com outro!!
A praxe é uma prática brutal, boçal, e anormal. Traduz-se na humilhação, amiúdes vezes com agressão física, sempre com agressão moral. Quem "domina" na praxe, é um imbecil que já foi praxado e faz aos outros aquilo que lhe foi feito. Perpetua-se a imbecilidade tendo como primeiro pilar de sustentação o revanchismo. A falta de originalidade nas "penas" a inflingir, brincadeiras de mau gosto a roçar os limites da violência, tanto física como verbal, mostram os seus autores como indivíduos de baixo nível, castrados intelectual e sexualmente.
A praxe é a demonstração cabal de que ter média para entrar no ensino superior, não garante a qualidade intelectual e muito menos humana de ninguém. Lamento que esta prática seja apoiada pelos conselhos directivos das escolas. Às vezes é preciso coragem para se tomar determinadas decisões. Aqui, nem isso, apenas é necessário bom senso.
As imagens degradantes que se têm visto em Leiria esta semana, com a necessidade de hospitalização de garotos devido às sevícias que lhes foram infligidas por idiotas sem qualquer outro tipo de habilitação senão a cretinice que demonstram, têm que ser denunciadas e têm que ser banidas.
A praxe é uma imbecilidade, violenta e sem interesse nenhum.

Redfish

7 comentários:

Rui de Sousa disse...

Não percebo como é que as escolas, principalmente as publicas que são geridas com o dinheiro dos contribuintes, permitem que estas praticas primitivas ainda predurem na sociedade portuguesa. Bem haja ao blog

flautim disse...

Em Lisboa, alunos de Medicina fizeram sensibilização para se conseguirem novos e mais dadores de medula óssea, assim como existem exemplos de limpeza de matas ou de lugares públicos, mas esteas atitudes a louvar são uma gota de água num oceano onde a "pedra lascada" é usual.
Bom post!!!

aiagarb disse...

Bem desde já discordo plenamente com o sentido do texto. A praxe pode ser e é tida como uma forma de ambientar os mais novos alunos. O facto de por vezes alguem n ter em conta o verdadeiro sentido de praxe n faz dela uma vergonha.
tomamos por exemplo o que temos assistido na nossa sociedade, a justiça tem falhado e n por isso foi colocada de parrte como parte vergonhosa e banida.
Vamos a ver as coisas como elas são e não como aparentam.
Abraço

Anónimo disse...

Caro bloguer, não deixa de ser uma opinião, assim como qualquer outra, puramente subjectiva.
Também eu posso considerar a criação e manutenção de um blog privado uma actvidade primária e rude, no entanto continuaria somente a ser a minha opinião.
Algumas das expressões utilizadas no texto são exageradas, no entanto compreendo a sua função hiperbólica.Os fenómenos devem ser entendidos no seu contexto quer externo quer interno e também num sentido global; e antes de os comentar de forma tão agressiva deveria, em primeiro lugar, tentar entende-los. Não me cabe a mim explicar ou defender a praxe académica, no entanto tendo passado por ela considero que não é algo de tão monstruoso, muito pelo contrário serve um intuito integrador e social que só se apresenta primitivo e ignóbil a quem vê (ou apenas quer ver)alguns momentos de toda uma faceta "iniciática". Já me alonguei demasiado apenas para dizer que esta prática tem uma vertente civilizada, de entreajuda e disciplinadora que normalmente não surge aos olhos de quem apenas vê os "momentos de rua".
Muitas são as figuras ilustres que passaram por esta prática em vários pontos do país, e não foi devido a isso que ficou inutilizada a sua faculdade mental. As praxes não acontecem só nas academias, lembro aqui o exemplo militar, não querendo como é obvio comparar os dois.
Há no entanto alguns abusos que criam as opiniões e as visões assustadoras que surgem publicamente, abusos estes que se notam cada vez mais frequentes e graves!
Sou defensor de uma integração saudável e justa no mundo académico, como já houve, e como poderá voltar a haver.
Deixo aqui um link interessante que poderá ajudar a entender a praxe académica:

http://www.regiaocentro.net/lugares/coimbra/praxe/default.asp

O resto do blog está no entanto muito bem conseguido e revela bom gosto e conhecimento da cultura de todos nós.

Cumprimentos

Um Leiriense, que foi praxado, que praxou e não se considera um animal ou alguém de racionalidade inferior...

Filipa disse...

Caro blogger, discordo com a sua opinião.
Eu entrei este ano na ESTG em Leiria, fui praxada, e tenho pena de não poder estado presente mais vezes. Ao contrário do que muitos pensam, a praxe permite a integração dos novos alunos, se não tivesse sido a praxe certamente eu não tinha os amigos que tenho hoje, porque mais do que nos "humilharem" ensinam-nos o espírito do que é um grupo, fortalecem-nos mentalmente... A praxe faz parte da tradição académica, e quando todo este ciclo acabar fará parte de cada um de nós, serão certamente os melhores dias da vida académica de cada um. Só é praxado quem quer, ninguem é obrigado, e isso foi-nos explicado logo no primeiro dia. Quanto aos alunos que foram hospializados, tenho conhecimento de 2, um deles do meu curso que segundo me disseram tinha um problema no coração, mas não se sabia, quanto ao outro, foi falado em todos os noticiários, apesar de nem toda a verdade ter sido dita. Mas de qualquer maneira, eles estiveram la porque quiseram, tal como todos os outros. É verdade que há gente que não sabe praxar, também apanhei gente assim, mas apanhei muitas mais pessoas que me souberam demonstrar o que significa estar ali, o esforço necessário para se ser capaz, o espírito de liderança e trabalho em grupo.
Espero que um dia olhe com outros olhos para esta prática, que espero eu, nunca se perca!

Anónimo disse...

Atraves da praxe conheci grande amigos, colegas. Não vejo a vida académica sem ela. Tenho o maior orgulho de ter sido praxado, e bem praxo. Ainda hoje sinto nostaligia ao relembrar esses momentos. Quem critica a praxe é quem nunca foi praxado e não percebe que é atavez dela que se conhece os colegas....

Anónimo disse...

"se não tivesse sido a praxe certamente eu não tinha os amigos que tenho hoje, porque mais do que nos "humilharem" ensinam-nos o espírito do que é um grupo, fortalecem-nos mentalmente... A praxe faz parte da tradição académica..."
Cara Filipa, com certeza que no liceu nao tinha amigos, muito provávelmente não fazia parte de grupo algum pelo o que compreendo das suas palavras...
Ensinam espírito de grupo? Em que sentido? Está numa academia militar? Fortalece a mente? Pois por vezes quando tenho estagiários sob a minha orientação não aguentam a pressão e choram!
Se disse-se que a praxe fazia idiotas era o mais correcto, isto porque, você quando chega à universidade é orientada por tipos que dizem palavrões, canções a ofender outros cursos, vê gente trajada a sujar os seus uniformes, cheiram mal, etc...obviamente que quando era caloira desejava ansiosamente sair desse posto e ascender na hierarquia para poder fazer o que lhe "transmitiram" com mais uma ou duas invenções suas...
Só vai à praxe quem quer? Conheço muitos jovens que foi lhes foi probído trajar e ir a jantares de curso por não aderir à praxe! Minha jovem, isso é coacção e é crime! Visto que você está no ensino superior deveria ter essa cultura e não mandar areia para os olhos das pessoas! E para já, não se pode proibir alguém a não poder comparecer a um jantar de curso porque são TODOS estudantes matriculados no ensino superior! Não sei se tem esse nível de cultura.
A tradição "praxe" é de Coimbra, e existe uma enorme diferença entre praxar e gozo ao caloiro... gozo ao caloiro foi o que lhe fizeram, com "humilhações, espírito de grupo e aquilo que entende como praxe... mas praxada duvido que foi...

Caro anonimo, você nunca foi praxado nem nunca praxou! Se soubesse alguma coisa sobre praxe nem isso dizia... no meu tempo meu caro quem era praxado, é porque cometia alguma ilegalidade, um pouco ao estilo do codigo penal (um criminoso é sancionado, cometendo muitos crimes é um rufia) você por acaso era algum rufia da lei académica para ser bem praxado e apanhava muitos fora da lei académica para praxar bastante?! Que rica coerência!
O problema foi aparecer demasiadas escolas e nasceu praxes como fosse cogumelos sem saber o que realmente é a praxe!
No meu tempo o caloiro trajava! Porque é que hoje não traja? Mas que raio de evolução é essa?! Seguindo a verdadeira tradição, aquela que vocês desconhecem, o estudante do liceu trajava, e caloiro olhava de frente e não para o chão! Isto parece cenas tiradas de filmes de prisioneiros de guerra! Nunca pensei que chegasse ao século XXI com este tipo de juventude ignorante.

Jerónimo