Estou sentado no sofá. Na televisão - contrariando o hábito masoquista de assistir manietado ao desfilar de saberes e sabores para todas as crises e gostos, mais os que na misericórdia infinita das suas ejaculações estatisticamente precoces com gráficos vomitados ao sabor das correntes que ignorando a evidência querem o rio da história a correr da foz para a nascente, como se a lei do dólar tudo justifique, inclusive o desastre nuclear desde que bem avaliado por uma agência de rating, ou no caso de o opinador ser nacionalista, pela real puta que o pariu - passa o DVD com o espectáculo de Peter Gabriel com a New Blood Orchestra, gravado em Março deste ano que se apressa ao suicídio, em Londres. Fabuloso é pouco para descrever o que estou a "ouver". Neste reino que partilho com 3 princesas e uma gata, temos ás vezes momentos assim. Acontece quando calha, mas normalmente estou dentro das minhas meias, satisfeito e penso menos mal do mundo. Fica mal a um peixinho, mesmo vermelho dizer certas coisas, pensaria certamente o senhor doutor fulano de tantos, comendador obrigado, comentador encartado, bajulador invertebrado y coisa y tal, mas eu sacudo as barbatanas com desdém e mantenho a minha: o que é bom é bom e o nosso governo é uma bosta, sem precisar de ser testado ou passar pela vergonha de ser confrontado com coisa melhor. Haverá coisa pior, não desminto quem o diga, mas esta peçonha neoliberal que se apega às almas como o fungo ao queijo não tem a decência de contribuir para o fim da crise com a única medida que poderia tomar sem fazer mal a ninguém: suicidar-se investindo com a cabeça contra uma parede cheia de pregos! Não defendem eles o investimento acima de tudo?
Sem comentários:
Enviar um comentário