Lado a lado, nos transportes públicos, nos cafés, nas repartições, cinemas, lares, onde quer que seja, pessoas de todas as raças, sexos e géneros partilham informação que interiorizam e analisam de forma diferente segundo os seus parâmetros de avaliação, que variam com a experiência, cultura e sensibilidade que cada uma transporta como bagagem pessoal. Por isso o mesmo fenómeno terá explicações diferentes e motivará reacções também diversas. Mas há uma mediana nesse tipo de reacções que é como um comportamento "mainstream" , que é assente em bases medíocres ( tanto a nível cultural, como académico e até humano), que leva à rejeição do que é novo, à desconfiança, ao desprezo e até ao ataque, por vezes físico e violento contra o que não se compreende. Contudo, muita desta arrogância parte não da valorização do "eu", mas antes pelo contrário da constatação das próprias limitações e do medo do enfrentar de desafios. Por isso a lambebotice, por isso a aceitação da escravidão, por isso o perpétuo manter de velhos dogmas, por isso a fossilização desta pseudo-elite medíocre e corrupta nos diversos poderes, que vive não das suas capacidades, mas do aproveitar das nossas fraquezas. As minorias, os que pensam diferente, são olhados como fenómenos anormais e etiquetados entre o ridículo ou a ameaça. Tudo o resto é espectáculo, nesta sociedade onde se valoriza mais o ter do que o ser, onde o sucesso é a meta, e está à venda em qualquer quiosque nas revistas de sociedade, ou nas casas sem segredos de qualquer programa reles de televisão.
O Paraíso, afinal, já não mora aqui
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