o caso do comentador corrido da tv
Por favor não batam mais no ceguinho..........................! Em terra de reis quem tem um olho é cego, e neste país de reis momos até a sucessão dum presidente se transforma num concurso de bobos da corte. Mas o mais engraçado é que eu não me refiro aos candidatos, pois esses colhendo maiores ou menores apoios ou cativando mais ou menos simpatias vão fazendo o papel que deles se espera, ou não se espera, como é o caso do professor Cavaco, que não abre a boca para não sair asneira ou entrar mosca!! Eu refiro-me a essa cáfila dos comentadores encartados, os opinion-makers da política, os professores, os delgados, os magnos, os bem falantes e melhor pensantes cérebros das congeminações político-partidárias cá do burgo, Maquiáveis de urinol, na maior parte dos casos servidores bem pagos de interesses demasiado óbvios para serem ignorados, gente demasiadamente comprometida que se pavoneia em delírios de autopromoção intelectual ( já que ninguem diz bem de mim digo mal eu dos outros todos menos do meu dono) esses papagaios que só usam palavras exdrúxulas e usam fórmulas otorrômbicas para esconder o que os motiva: a voz do dono! E quando por qualquer razão se esquecem de quem manda, há sempre um director qualquer de qualquer canal televisivo que se encarrega de os pôr na ordem (ou no olho da rua, se for preciso)! Diz a rapaziada que não gosta dos políticos! Pois ao pé desta gente os políticos são santos. Pelo menos sujeitam-se ao julgamento popular, quando vão a eleições. Estas antipáticas, presunçosas e dispensáveis personagens, pelo contrário, cagam sentenças com o perfeito à vontade de quem sabe nunca vir a ser responsabilizado por isso. Estamos quase em democracia, e falar é um direito que ainda nos assiste, (se bem que não falamos em condições de igualdade) e esse direito é usado por esses senhores todos os dias, em todos os media, várias vezes por dia, intoxicando, manipulando, pervertendo o conceito de informação. A técnica é simples: um gajo bem-falante, diz que é independente as vezes que forem necessárias, e entre cada jura de independência diz mal de quem lhe interessa e bem de quem lhe convem, ou seja do(s) dono(s). Vale a pena ouvi-los. Falam bem, são convincentes, melífluos para com os seus, triturantes para com os inimigos. No fim saem como se não fosse nada com eles, e vão beber um copo à custa dos rendimentos. Até quando?Redfish
O blogue que pretende discutir, sem limitações, problemas que afectam a nossa região... e não só!
quarta-feira, novembro 23, 2005
The truth is spoken here!! Já mo tinhas dito!
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29 comentários:
Extremismos à parte....
A palavra "extremismo" sempre foi uma palavra mágica para desacreditar os oponentes ou os "marginais". O motivo será a sua conotação muito forte e consensual..basta colocá-la em qualquer parte num discurso para provocar o efeito esperado junto do público...muito utilizada pelos media, permite ser económico, rápido e incisivo e provocar um verdadeiro curto-circuito na argumentação.
Ao utililizar o termo, os media não se dão ao trabalho de explicar o motivo da utilização ou a sua lógica...limitam-se a utilizar um qualificativo forte, cómodo e retumbante...mas extremista em relação a quê?
será que está definido o ponto de equilíbrio a partir do qual somos apelidados de moderados ou extremistas? quem define esse ponto e com que escala de valores?uma sociedade que procura a rentabilidade económica a todo o custo, passando por cima de tudo e de todos, a cultura do espectáculo e do consumo...pode ou não ser apelidada de extremista? obviamente corre para o abismo, destroi o planeta e generaliza a miséria!
O argumento dos extremos é um falso argumento....é uma manipulação do debate público sobre a escolha de valores da nossa sociedade, pressupõe a existência de um grande rebanho moderado contra um pequeno grupo de ovelhas negras extremistas e fanáticas...
Grande RED, assim mesmo é que é. É pena não te vermos com mais frequência e com esta energia por estas bandas...será por sermos "ceguinhos"...ok então não nos batam mais ( ouve-se como música de fundo:
Ó rio não te queixes,/ Ai o sabão não mata, /Ai até lava os peixes, /
Ai põe-nos cor de prata. /Três corpetes, um avental,/Sete fronhas, um lençol,/Três camisas do enxoval, /Que a freguesa deu ao rol./Água fria, da ribeira,
Água fria que o sol aqueceu,
Velha aldeia, traga a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.
Um lençol de pano cru,
Vê lá bem tão lavadinho,
Dormindo nele, eu e tu,
Vê lá bem, está cor de linho.)
Só me parece é que nos temos de lembrar que não se deve fazer xixi contra o vento...não te esqueças, nós os ceguinhos sentimos a direcção do vento...às vezes só não sabemos é se está mais alguém ao nosso lado...contra o vento
Espera... o... como? Expliquem-me Leiria? Que foi o idiota que se lembrou de defecar nesse pedaço de terra?
Message in a bottle to Minister K: never, but never let us know what you do at home, it should be classified...such a smell ugh!...
Meu querido fantasminha de Canterville só mesmo se o Minister K meter a message in a Bottle por assim dizer....down the drain...que é como quem diz, sanita abaixo...com sorte ainda vai parar ao mar...será assim um "encore" daquele romance duvidoso "as palavras que nunca te direi"...melhor que isso só as palavras que nunca te escreverei...quiçá não enfeitiçará alguma sereia? o que vale é que elas não existem....
Só uma perguntinha: SUCESSÃO DUM PRESIDENTE !? É o que está no texto...ok estou a ver...em terra de reis...uhm...reis momos...bobos da corte...este REDFISH deve ter saído do "Sermão de St.António aos peixinhos", afinal estamos numa monarquia...tou a ver...esta do "tou a ver" lembra-me...deixa cá ver... os olhos nos olhos...onde é que eu já vi isto...uhm...pois é, já me lembro é titulo de um livro de Júlio Machado Vaz, famoso sexólogo deste reino...deve ser por isso que estão para aí uns cartazes...estes publicitários são uns exagerados...
Não sejas tão mauzinho..sabes bem que o RED só usou o termo sucessão porque estava a ser irónico... se saíu do sermão de Santo António aos peixes não sei...mas garanto-te que não foi convertido....
muito gostas tu de bater no ceguinho!... e agora temos outro alvo preferencial, o marketing do Francisco Louçã...e o que há para criticar no cartaz? rien de rien...falando numa questão de imagem pura e simples, está perfeito...além do aspecto físico, vantagem de que os outros candidatos menos bafejado spela sorte, não têm a culpa, a câmara captou uma cumplicidade que se estabelece de imediato entre o cartaz e quem o vê...diria que aquele meio sorriso está quase mais perfeito do que o da Gioconda...aliás, tivesse o Dan Brown visitado Leiria, teria de imediato ficado fascinado por aquele sorriso...escreveria o Código Louçã, mais um best seller no seu curriculum,e o Francisco ficaria mundialmente conhecido...hélas....as coisas não funcionam assim...e embora na minha modesta opinião de "extremista" a legenda devesse ser "com um brilhozinho nos olhos" admito que os "moderados" que se ocupam da imagem do dito resolvessem a coisa de uma forma mais consensual....
Tadinho do Red...na falta de argumentos envia um comando para o defender, sorte a dele ter uma dama para o defender...não é para todos. Acerca da imagem do FL, nada a dizer, a referência foi feita em relação ao plágio do título do livro, nada mais o resto para mim é mais viroses do que outra coisa. O FL como se fosse a Gioconda...se eu fosse o Fantasma Mijão, desatava-me a rir e lá tinha de ir a correr à procura de um cantinho. Os meus maiores respeitos viróticos, minha senhora
Bem..obviamente que comparar o Francisco Louçã à Gioconda é desonroso para o Francisco Louçã...porque, convenhamos, a Gioconda era horrorosa com sorriso ou sem sorriso...e provavelmente se vivesse hoje em Portugal, e sendo, ao que parece, um homem e não uma mulher, pelo menos é a análise que fazem muito historiadores, sendo que o próprio Leonardo da Vinci era gay assumido...pelo menos teria a ventura de os seus direitos serem serem defendidos pelo Francisco, sorrisos à parte....e quase que aposto que era cabra o suficiente para votar no PSD...
Quanto a defender o RED..eu apenas defendo os injustiçados, os oprimidos, os pobres (desde que não sejam de espírito)...mas ficas já a saber que a minha vertente kamikaze está muito mais apuradinha do que a minha vertente comando.....ahhhhh é verdade....se por acaso vires o Fantasma Mijão diz-lhe para ter cuidado e ver a direcção do vento antes de fazer xixi
BANZZZAAAAIIIIII
Tadinho do RED...agora faz parte dos injustiçados, dos oprimidos, e dos pobres... e se não fosse a impertinência de quem lhe serve de chapéu, era um desgraçadinho...se calhar por lhe faltar o fixe, isso Soares é fixe, ás tantas redfixe...
Acho que te devias abster de fazer comentários a quem não está presente para se defender....porque não atacas antes o Fantasma Mijão? mais parvo do que ele é difícil...agora deu-lhe para os filmes portugueses do tempo da dentadura, o que não seria mau de todo se não tivéssemos que levar também com as respectivas bandas sonoras...a aldeia da roupa branca? pleeeeeease give me a break
O Retrato de Dorian Gray
Por necessidade absoluta de avivar a memória de todos com o que está por detrás da imagem do Cavaco....lembrem-se de Dorian Gray!
O que a opinião pública vê é a de um salvador, mas esquece-se que ele vendeu a alma ao diabo e que o retrato que está escondido no sótão esconde a sua verdadeira face....aquela que cada vez fica mais horrenda espelhando todas ignomínias perpetadas ao longe do anos...muita vaidada alimentada por recursos que seriam melhor aplicados numa centena de outras coisas mais prioritárias, muito favorecimento da alta finança, clientelismo, muita hipocrisia, muitas promessas quebradas. Ainda assim, infelizmente, continua a ser apresentado por grande parte da imprensa como se tivesse a cara mais limpa do mundo....a very black fairy tale indeed
Direita da moda
A história de uma certa direita portuguesa em liberdade é trágica. Para não dizer cómica. Nunca se livrou da tutela ideológica e psicológica de Salazar. E como foi apanhada de calças na mão no 25 de Abril, a primeira coisa que fez, à bomba e nos bastidores, foi defender os seus privilégios. Com a demissão de responsabilidades por parte de uns, a corrupção de outros e a reciclagem de vários adversários de caminho, lá conseguiu. Sempre abençoada pelo divino Espírito Santo e pelo outro, cá na terra. Alguma arraia-miúda, nem sempre ignorante, mas sempre sabuja, fez o servicinho sujo. Sem praticamente sentar o rabinho no banco dos réus.
Com o passar do tempo, a democracia revelou-se um bom negócio para a direita portuguesa. Sem a maçada das prisões, da censura, da ausência de liberdades e da repressão - coisas que, à luz dos critérios eurocratas de hoje, significariam uma despesona e engordariam o défice – a direita refez-se, recompôs-se, endireitou-se.
Com falinhas mansas, proclamações diárias de fidelidade à democracia e ao mercado, a direita portuguesa recuperou facilmente os cordelinhos da nação. E onde lhe faltou arte, engenho ou, pura e simplesmente, teve pudor e vergonha, contou sempre com a prestimosa ajuda do PS. Se a sua memória não fosse selectiva, Mário Soares lembrar-se-ia certamente disto.
Entretanto, eis que desponta uma nova geração.
A intelectualidade de direita está na moda, nos blogues, nos jornais, na capa das revistas. Metaforicamente, também chegou ao poder. Polémicos, irreverentes, aparentemente indomáveis, são os novos gurus. Não querem sequer fazer justiça. Só dizer mal dela nas horas de tédio. E falar de filosofia entre biquinis. Para isso e por isso, dizem as coisas originais de sempre, aprendidas com a velha guarda da direita escrivona: Portugal não presta, os portugueses são uma tribo inqualificável, os governantes deviam estar todos presos, as guerras lá longe são todas justas... e vamos jantar que se faz tarde, que isto de chocar e pasmar dá muito trabalho e apetite.
A direita portuguesa já tinha governantes, gestores e jovens empreendedores. Agora, pelos vistos, descobriu-se que também sabe escrever. Não é novidade, mas agradece-se o lembrete. O que eu pergunto é se essa direita terá memória. E vergonha. Dava jeito.
Texto publicado na "Visão" assinado por Miguel Carvalho
Dois apontamentos apenas...1º- quero afirmar aqui e agora que a análise feita pela pé de cabra sobre extremismos é correctissima. Tudo o resto que escrevem nada tem a ver com aquilo que se propuseram fazer.Ou seja debater os problemas de Leiria.2º- sem se aperceberem estão a fazer todo o jogo da direita,promovendo essa figura de verdadeiro crápula político..no minimo. Será que não vos preocupa o preparar de tranferencia da co-incineração para Maceira, visto que as gentes de Coimbra,já tornaram pública a sua negação de forma bem vincada e a sul na serra da Arrábida, nem pensar...será que vos chega o tal ministro do PS aí de Leiria, assim como o ex candidato do PS dizerem que não subscrevem a ida da MERDA para Leiria?
e já agora que é a dama pé de cabra,o tal fantasma mijão,o minister K, o cólibacilo,o cavaleiro andante e outros parados (ou marados?) têm a dizer da posição dos candidatos sobre as alterações ao sistema eleitoral? será que acreditam na continuação do sistema proporcional que temos ou acham que o "filósofo socrates" irá impor com os seus correlegionários do PSD o sistema benquisto por eles que é o uninuminal? não vos incomoda? ou são daqueles que querem estar fora do sistema? ah,ah,ah.
Ok. Expliquem-me Leiria e Louçã.
Caro tromba rija, olhos nos olhos, uma coisa é certa, não é com a esquerda elitista que lá vamos.
Obrigada pela parte que me toca( confusa...cora ligeiramente) acho que tens razão...perdemo-nos em quezílas e discussões sem sentido...talvez até estejamos um pouco desalentados com a evolução dos acontecimentos...temos realmente focalizado a nossa atenção nas presidenciais e esquecido as questões ambientais....apesar de tudo, por enquanto, trata-se de uma hipótese remota, apenas se encomendou um estudo...compreendo o teu receio, afinal o governo PS tem mentido tanto que a promessa de não haver co-incineração na Maceira não tem muita consistência...se a Maceira vier de novo à baila vamos lutar com todas as nossas forças contra isso...lixados e ainda por cima co-incinerados!? não há quem aguente!
Caríssimo Tromba Rija,
Caírmos no sistema uninominal significa enfrentarmos um perigo acerca do qual já alertei as hostes do leiria em calcinhas....ou seja ficarmos encurralados num sistema tipo britânico...entre tories e whigs, modernamente apelidados respectivamente de conservadores e trabalhistas....haveria lugar para ospequenos partidos? claro que não!!! a política dividir-se-ía numa bipolarização podre da sociedade...perdia-se a diversidade e ganhava-se em rigidez política...tudo depende das alterações dos círculos mas a verdade é que basicamente viveríamos num mundozinho a duas cores....rosa e laranja...e se eu gosto de muita cor na minha vida!!!
Já por aqui tem vindo a ser dito por mais de uma vez que há quem se perca em quezílas e discussões sem sentido...não é novidade. O certo é que se deixam "infiltrar" com muita facilidade, ou seja preocupam-se em personalizar o "debate" (QUAL??), deixando-se levar a belo prazer de quem os tira do sério. Fazem parte dos grupos reactivos, por tudo e por nada, o lema será não interessa o que se discute, oque interessa é discutir. Ora desta forma enquanto se preocupam com o que se passa no quintal, esquecem tudo o mais...ou seja o mais importante. Mais uma vez chamo a atenção de quem de direito para a importância que este meio de comunicação tem, ou deveria ter...!?
Tesn razão ohhh Cavaleiro....na verdade somos apenas seres humanos e errare humanum est....em todo o caso o que se te safa das infiltrações é a tua armadura...assim também eu!...apesar de tudo não deixamos de ter aquela atitude cómoda de que o nosso quintal está mais próximo de nós de que o resto do mundo...que atire a primeira pedra quem seja completamente desligado do seu umbigo...eu ao menos assumi a minha alma caprina!
Faltou completar a frase "eu ao menos assumi a minha alma caprina, teimosa e caprichosa" assim é que fica correcto.
A armadura...é... arma dura em pedra mole tanto dá...até que fura!
Os meus respeitos a Vossa senhoria
(pequena vénia desdenhosa e sai de cena altiva jurando entre dentes mandar o cavaleiro para a sucata à falta de ecopontos que o aceitem)
Leiria- cidade onde as meias- verdades são guardadas em gavetas fechadas com chave por dentro.
Louçã- Costuma dizer em directo o que outros não dizem, nem em privado!! O chamar os bois pelos nomes, em Portugal parece incomodar muita gente. Em Leiria ajuda a arrombar algumas das tais gavetas. Pouco a pouco elas vão-se abrindo. Até ficarmos a saber o fim das histórias todas, domas?
Já agora ó K, o que é esquerda elitista? Já que se põe a etiqueta que se defina o produto. Ex:"clube de canhotos ricos"; ou "gente que lê, que sabe o que diz, que é de esquerda e que se diferencia da imbecilidade boçal reinante, o que provoca muita urticária e dores em muitos cotovelos"; ou ainda "marca de desodorizante para canhotos".
Caro peixinho vermelho,
A questão fundamental reside na carga da palavra elitista....porque todos nós sabemos que agora também se fala de direita elitista...afinal elitismo tem a ver com a tentativa de imposição das suas ideias por parte de um pequeno grupo...no fundo todos aqueles que se interessam por política são elitistas nos dias de hoje...infelizmente a sociedade civil divorciou-se da política, as grandes demandas populares, o combate à exclusão social, a participação, tudo isso parecem palavras longínquas numa sociedade que vive apenas para conservar o emprego, e fazer render o ordenado até ao final do mês...no fundo, para essa sociedade, são elitistas todos aqueles que pretendem fazer alguma coisa para mudar o status quo...que saudades dos tempos pós-revolução! toda a gente era reivindicativa, interventiva, socialmente interessada! vivemos hoje, passados que são 30 e tal anos, um período de desinteresse profundo, de falta de referências, de estagnação, de "incultura"...uma espécie de idade média, uma fase obscura que não vejo perspectivas de passar tão cedo....
Ora aqui está um tema honesto e popular: O ELITISMO.
Há o bom e mau, é como o colestrol. O mau elitismo decorre da garantia de previlégios aos membros de uma aristocracia, cultural ou financeira herdada. O bom elitismo é o resultado da competência adquirida por esforço e talento. O papel de um governo progressista é acabar com o primeiro e apoiar o segundo.
Ora bem...deixa cá ver...sim senhor, uhm...acabar com o primeiro: bom isso é possível, porque é uma espécie que felizmente tem grassado neste território, pois por incrível que pareça, o meio ambiente é extremamente favorável a esta espécie em franca expansão. Agora o segundo... deve ser uma espécie extinta, pois não se conhece nenhum exemplar vivo. Uma espécie de elitista da Malcata...quase que me esquecia..também precisamos de um governo progressista...
obrigadinha ohh fantasma...fiquei a saber que és o único que não nos acusas dessa doença
A SAGA DO ELITISMO VIRAL
Chama-se Elitismo ao processo pelo qual determinados vírus especialmente bem adaptados, têm determinados previlégios – nunca morrem, tem uma taxa elevada de reprodução, e geralmente cruzam-se com vírus não elitistas.
Como vírus que me prezo, já pensei em escrever um ensaio sobre o elitismo entre os vírus cultos, o elitismo que nasce ao assumir a cultura de um corpo numa sociedade virótica irracionalmente dedicada à cultura futebolistica, telenovista e outras tantas que não caberiam aqui, e para as quais não há remédio descrito em simpósuim de medicina. No entanto reconheço que generalizar, tal como globalizar, tem os seus perigos e conduz inevitavelmente a temas afastados do principal, a aclarações, dispersões e desculpas por outros vírus. Por isso tudo o que escrever e contaminar daqui para a frente, mais não será do que um ensaio viral, na expectativa de que qualquer incursão involuntária noutras bactérias, na generalidade, me seja perdoada.
Ser um vírus culto, o que terá de elitista? Suponho que tudo dependerá do corpo ou da sociedade em que se vive. No meu caso há vários elementos que poderiam contribuir para que eu mesmo me veja como parte de uma elite. Em primeiro lugar sou o único na família que tenho esta postura. Além disso sou também o único entre os meus amigos vírus, ainda que a maioria deles se reservem, em virtude do respeito pelo elevado valor tóxico que nos caracteriza, e pelo respeito devido aos futebóis e telenovelóides, verdadeiras instituições, cujo dogmatismo tem de ser respeitado. Apesar disso o alheamento cultural é muito frequente no corpo onde estou instalado, mais conhecido pelo nosso país. A cultura não ocupa muito espaço viral, neste corpo de que vos falo, pelo contrário, é quase uma prática religiosa o ser inculto. Ao contrário do que se pensa, ninguém expressa dúvidas sobre a existência do Inculto ou da sua imortalidade. Tenho ouvido relatos de vírus, que nos maus momentos, necessitam de acreditar no Inculto, para sentir que podem falar com um poder sobrenatural. Por vezes, ao falar com os outros vírus, contrariando o princípio laico de que não se deve falar de sexo, política ou religião numa reunião de vírus amigos, não me senti incomodado, incluindo entre vírus amigos compreensivos com uma pluralidade de opiniões, como são estes de que vos falo, pela possibilidade de me sentir virótica e elitisticamente com atitude de superioridade. De qualquer maneira, a verdade é que vivemos num mar de incertezas, de resto quem sou eu para reclamar terra (conhecimento) firme ?
Elitismo ou não? A pergunta por si é ambígua de propósito. Por um lado questiono-me se me estou a comportar como um vírus sabetudo. É fácil dizer "a cultura existe" e completar a afirmação com um conjunto de argumentos. Mas disse que a pergunta é ambígua, ou seja, se não se pertence a uma elite nem se comporta como tal, não se deveria pelo menos parecer ? Ao fim e ao cabo não será a ignorância uma boa notícia ?
Qual será o caminho a seguir? Dependerá de cada um, segundo as suas possibilidades. Pela parte que me toca não faço manifestação pública da minha cultura viral, nem sequer com uma carta ao editor de algum diário que diga "a cultura existe". No entanto acredito que a remissão ao silêncio é improdutiva.
Carta Aberta de um Micróbio Popular a um Virus Elitista
2000 após o nascimento do conceito de igualdade, 600 após depois do surgimento das grandes ideias humanistas, 200 após a Revolução Francesa e a sua vanguardista "Déclaration des Droits de l'Homme", os políticos e os media deram provas de uma enorme regressão e da corrupção da suas prioridades-deixaram desaparecer o princípio da igualdade em benefício de uma aristocracia viral.
Hoje a grande segregação da humanidade não se situa especialmente entre este ou aqueles país, esta ou aquela comunidade, mas situa-se fundamentalmente entre dominantes e dominados, entra a elite manipuladore e o povo "ignorante".Para se distinguir do povo, esta elite apoia-se em conceitos virais, tais como a origem social, a riqueza material e a detenção do poder; trata-se, na realidade, de viroses com nomes arcaicos, tais como, egocentrismo, dominação-subordinação, agressividade. A verdadeira "superioridade" de um homem sobre o outro mede-se pela sua capacidade de pôr em prática os grandes valores universais: o respeito pelos outros, o amor ao próximo, o sentimento de igualdade, a compaixão, o altruismo e o gosto pela partilha.
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