sábado, junho 09, 2007

Viver é preciso!









Como dizia Lavoisier ( simplificando), na Natureza nada nasce, nada se cria, tudo se transforma. Eu, do alto da minha ignorância, confesso embasbacado que há mais de 30 anos vou dando razão a este senhor. É verdade que a Química e a Física foram para mim dois tormentos, que só com muito custo os meus fracos neurónios venceram na árdua tarefa de aproveitarmos algo de útil naquele emaranhado de fórmulas, leis e quejandos. Mas que o senhor Lavoisier disse verdade, cada vez eu tenho menos dúvidas.Na sua tentativa de moldar a Natureza a seu bel-prazer, a raça humana tem sido uma força tremenda no que diz respeito às transformações que se vão operando no nosso eco-sistema, que por sua vez determina novas adaptações, e define novos padrões de vida para todos os seres vivos incluindo os próprios humanos, que efectivamente não controlam já há muito essa catadupa de novas cambiantes, que entretanto se vão manifestando ( climáticas, sociais, políticas,religiosas, etc) como se o próprio planeta se juntasse em declarações de revolta, a todas as gentes que vão exigindo novas formas de se encarar o futuro, mais ecológicas, mais solidárias, mais humanas!!

G8, a cimeira dos ricos, a prepotência à conversa, com muito patuá e fogo de vista. A visão do mundo de quem tudo tem e desbarata, roubado a quem nada tem e que é penalizado igualmente como se esbanjasse ou apenas tivesse acesso a um pouco do que aqueles regaladamente usam e abusam. Porque o problema eclológico é um problema político, porque a saúde ambiental do planeta está dependente das escolhas políticas que são feitas, e essas políticas são determinantes do tipo de desenvolvimento que se pretende, por isso os cidadãos, na sociedade civil, nos partidos, nos movimentos religiosos, etc, têm que de forma determinada enfrentar esse polvo ganancioso que tudo destrói apenas para tirar chorudos proventos, e que tão bem protegido está pelos apóstolos do neo liberalismo que vigora entre aqueles que detêm, devido ao seu poderio, militar, industrial ou económico as chaves do Mundo.

É preciso envolvermo-nos nesse combate, tanto a nível global, como a nível local, e aí questionarmos os nossos governantes regionais sobre as motivações que os levam a preferir autoestradas à ferrovia, a beneficiarem o transporte privado desinvestindo nos transportes públicos, na alarmante corrida pela betanização das nossas cidades, com a continuidade da construcção sem regras e com o consequente aumento da impermeabilização dos solos e as perigosas consequências que daí advêm.

Daí também a importância de se clarificarem as declarações de Saldanha Sanches sobre a promiscuidade entre autarcas e autoridades judiciais locais, para que de uma vez por todas os bois tenham nome nesta terra. Talvez aí se acabem as descargas na Ribeira dos Milagres, talvez aí os terrenos citadinos destinados ( e muitas vezes expropriados) para zonas verdes ou para construção de equipamentos de uso colectivo ( social ou desportivo) não sejam transformados, por obra e graça de interesses muito particulares e nada confessáveis, em zonas onde os patos bravos se deliciam a construir tudo o que lhes dá na gana e confere mais proveito.

Para que tenhamos um futuro melhor, temos já que começar a alterar o presente! E acredito que vale a pena!

Redfish


Sem comentários: