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sexta-feira, agosto 05, 2005
Os Incendios
Indiscritivel!!!
Inexplicável!
A presidente da Camara, Isabel Damasceno, que é a responsável pela segurança e proteção civil onde tem andado?
O que (não) tem feito neste sentido? Nada a não ser accionar o plano de emergência! E para que serve o plano? o que vai fazer? o que vai solucionar?
Nada, como sempre,
Disseram-nos que os poucos bombeiros que andaram na Abadia, onde ardeu quasi tudo até ás casas, não tinham atacado melhor o incendio porque não havia vias para penetração dos carros e que os caminhos, os poucos existentes, não serviam de nada porque estavam intransitáveis? De quem é a culpa...de ninguém como sempre...mas, sobretudo : Nunca, por nunca, da sra presidente. ???!!!
E que chegou a uma altura, com o incendio a alastrar que os carros se foram embora deixando os desgraçados dos habitantes daquela aldeia, sem qualquer proteçção..á sua sorte.
E a Sra presidente não tem culpa de nada?
E nós não temos culpa por termos os governantes e autarcas que temos?
"ceroulas queimadas"
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3 comentários:
Há quem critique a estratégia definida por G.W. Bush para combater incêndios e eu não percebo porquê!!! De facto se se arrancarem todas as árvores que existem numa determinada área deixam de existir incendios florestais. É bem pensado, e não é pior que o que os nossos "BUXES" têm feito, que é nada, e ainda por cima gastando dinheiro aos magotes a fingir que fazem muito. A irresponsabilidade criminosa de governos, câmaras, juntas de freguesia e demais poderes tem levado a que o ordenamento florestal seja um sonho eternamente adiado, a educação das populações na prevenção um mito, a limpeza das matas uma ideia marciana. Os srs padres nas missas, que tanto berram contra abortos, casamentos gay e até fizeram homilias a favor do "Euro", porque é que não aplicam os seuas sermões nalgo positivo como a sensibilização dos seus paroquianos para este flagelo que é de todos e em que todos temos responsabilidades.
pela sua pertinencia para o tema aqui fica um artigo de José Gomes Ferreira, Sub-director de Informação da SIC ....
"A indústria dos incêndios
A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.
Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas.
Mas a tragédia não acontece por acaso. Vejamos:
1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica?
Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências?
Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair?
Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis?
Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios? Pode o país dar-se a esse luxo?
2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada após a passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais. Quem ganha com o negócio? Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto. Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios...
3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei.
4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre.
5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos. Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade.
Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão. O argumento era que, quanto mais fogo viam no ecrã, mais os incendiários se sentiam motivados a praticar o crime...
Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite, mas pessoalmente senti-me indignado. Como era possível que houvesse tantos cidadãos deste país a perder o rendimento da floresta - e até as habitações - e o poder político estivesse preocupado apenas com um aspecto perfeitamente marginal?
Estranhamente, voltamos a ser confrontados com sugestões de responsáveis da administração pública no sentido de se evitar a exibição de imagens de todos os incêndios que assolam o país.
Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime.
Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer:
1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível. Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar.
2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas).
3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores
4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei.
5 - Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível.
6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios.
Com uma noção clara das causas da tragédia e com medidas simples mas eficazes, será possível acreditar que dentro de 20 anos a paisagem portuguesa ainda não será igual à do Norte de África. Se tudo continuar como está, as semelhanças físicas com Marrocos serão inevitáveis a breve prazo.
José Gomes Ferreira"
É muito boa a contribuição do indio louco ao juntar um artigo que vem levantar um pouco o véu sobre as causas dos incêncidios.
É óbvio que há interesses económicos nos incêndios. Só assim se explica que muitos fogos comecem durante a madrugada, em locais de dificil acesso, ou surjam vários à mesma hora.
Tais fogos não são causados pelo Sol, por foguetes, por beatas de cigarro, por churrascos e piqueniques. São deliberadamente ateados por criminosos que sabem o que fazem e quanto vão ganhar com isso.
É triste ver campanhas de prevenção que nos tratam como potenciais incendiários quando a nossa única culpa é a letargia política.
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