sábado, fevereiro 23, 2008

ZECA, AGORA E SEMPRE

2 comentários:

mordaki disse...

AH! Zeca se hoje fosses fisicamente vivo...morrerias depressa!

O que nos vai valendo é a recordação dos que realmente lutaram para uma sociedade diferente, para que tenhamos alguma força para não soçobrar, como dizia o Brecht "Ele há homens que lutam toda a vida...esses são os imprescendíveis!
Tu foste um deles.
Obrigado, Zeca.

mordaki

milhafre disse...

Zeca Afonso - Os vampiros

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]

A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas

São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada

Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

Ai zeca zeca... se tu soubesses o quanto do teu canto é actual...