Ao Zé Brito
Por conseguinte
Eras artista
Assim a dar para o literato
Eras bom copo e bom prato
Por conseguinte
Um tanto surrealista
Eras poeta
Vivias nas fantasias
Porque tu é que sabias
Por conseguinte
Marimbavas nesta treta
Por conseguinte
Foste andando
Foste a vinte
E aposto conseguiste
A Poesia alcançar
Por conseguinte
Sabemos que não paraste
Nem o caminho perguntaste
Já sabias lá chegar
Imaginavas
Que eras revolucionário
Assim pró contestatário
Por conseguinte
Por vezes desatinavas
E até cantavas
Destemido cantador
Baladeiro sonhador
Por conseguinte
Mesmo se desafinavas
E questionavas
Sobre tudo curioso
Perguntador furioso
Por conseguinte
Às vezes até fartavas
Mas cá a malta
Sabe bem que eras amigo
Estava-se bem contigo
Por conseguinte
Sentimos a tua falta.
David Teles
1 comentário:
uma bonita homenagem para alguem que viveu a vida de forma livre e peculiar, alguem que a seu modo soube trlhar o seu caminho como ninguem e que talvez por isso todos estimavamos e conheciamos... mesmo sem as vezes te conseguirmos compreender.
camarada zé brito ... vou ter saudades das conversas sobre o socialismo, daquela tua persistencia para que levassem os teus textos para lisboa, do teu despreendimento e claro dos "por conseguintes" com que só tu sabias ligar as frases.
que a pradaria dos poetas te tenha recebido como mereces..
fica a certeza que se ser poeta é ir morrendo letra a letra, quando um poeta morre a vida continua nos seus textos, pois morrer duas vezes é nascer..
assim espero encontrar-te em breve nos teus textos.
abraço
Enviar um comentário