O blogue que pretende discutir, sem limitações, problemas que afectam a nossa região... e não só!
quinta-feira, dezembro 25, 2008
segunda-feira, dezembro 15, 2008
A janela da Esperança
Valeu a pena. O Fórum das Esquerdas já está a mexer com o marasmo a que nos habituaram os caranguejos cinzentos que estão na ribalta há 30 anos sem interrupção e sem justificarem minimamente essa condição. Zangados, raivosos, com dor de cotovelo ou simplesmente preocupados com o que daqui poderá sair. Leia aqui o comentário de Miguel Portas.
Para quem lá esteve, como disse Ana Drago, abre-se uma janela de esperança. Oxalá sejamos capazes de abrir mais e transformar a esperança em certeza. Para bem de todos nós e dos vindouros.
quinta-feira, dezembro 04, 2008
Eleição dum presidente -parte 4- o acordar
É mesmo verdade. O homem já lá está há não sei quanto tempo e não se passa nada.
Eu sei que ele não é afirmativo em quase nada. Ou melhor, quase que é em quase tudo.
Ele quase que é contra a guerra, quase que é a favor do serviço nacional de saúde
quase que é a favor da redução de emissão de gases poluentes, quase que é preto, ou quase que é branco, ainda não percebi bem, mas bolas, que ainda não tenha resolvido o problema da Ribeira dos Milagres é que eu não admito!
E não pensem que isto fica assim!
O Governo português não quer saber!
A câmara de Leiria, diz que não é nada com ela!
A Associação dos suinicultores nunca ouviu falar em tal
A CCDRC pensava que era em Fátima, por causa disso dos milagres
E AGORA ATÉ ESTE GAJO!! HÃ???! Estamos a mangar ou quê? Eu quando vi a Condoleeza entrar pelo Paquistão dentro vi logo que aquilo está tudo na mesma!
Nada como o presidente Kennedy. Esse, mal entrou invadiu a Baía dos Porcos. E era uma baía, isto aqui é uma ribeira, muito mais fácil de invadir,precisa de menos efectivos e de menos material de destruição maciça, aqui não há o risco de levaram nas trombas como em Cuba aconteceu! A América já não é o que era. Tá visto.
Enquanto isto, meus amigos, desde que começou a chover tem havido descargas poluentes na Ribeira dos Milagres, diàriamente, impunemente. No país que tem o jogador mais bem pago do mundo, que tem o melhor jogador de futebol do mundo e arredores, que tem a ministra da educação mais odiada do mundo, que tem o 1º ministro mais bem vestido e mais aldrabão do mundo, que tem os Madredeus, a Mariza, o Tony Carreira e o Herman José, que tem o Nelson que mais salta de todos os Nelsons e não Nelsons do mundo, que tem o Rei de Portugal mais pândego do mundo, neste maravilhoso país há uma ribeira, dos Milagres chamada, mas nem por eles nem por outras formas de intervençao divina ou da sorte bafejada, onde, literalmente falando, umas largas centenas de suínos que se estão cagando para isto tudo, vêm os seus detritos serem despejados.
Quem o faz? Ninguém sabe! é como perguntar ao dr Vitor Constâncio pelo BPN. Não se sabe, não se viu, é do escafandro!!
Minha piquena homenagem ao American Way of Life. E aos senhores do BPP. E aos secretos de porco preto, em inglês "black pig secrets".
segunda-feira, dezembro 01, 2008
Eu sou amante da Paz e parto os cornos a quem me desmentir
Desculpem lá, mas não resisti!
Pois então, numa altura em que o que é mais
necessário é dar porrada às políticas de direita do Sócrates e dos seus "PS Boys", o PCP está mais chateado com o resto da esquerda, a tal que segundo o grande educador Jerónimo lhes tira os "seus" votos? Já para não falar dos argumentos que invoca! Veja aqui, e julgue por si!
quarta-feira, novembro 26, 2008
Eleição dum presidente -parte 3- o olhar de África
E se Obama fosse africano?
Por Mia Couto
Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.
E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?
1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Inconclusivas conclusões
Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.
Por Mia Couto
Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.
E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?
1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Inconclusivas conclusões
Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.
A minha pequena homenagem à grande Mirian Makeba
segunda-feira, novembro 17, 2008
Karl Marx manda lembranças
Todos os dias ouvimos os porta-voz do neoliberalismo mais ou menos encartados dizer que o Marxismo está ultrapassado, é carta fora do baralho, mais o que lhes ocorre no momento. O texto que, com a devida vénia aqui publico, é mais uma ajuda para, somando-o à trampa toda que eles vêm fazendo, os podermos mandar...e que lá fiquem.
AS ECONOMIAS modernas criaram um novo conceito de riqueza. Não se trata mais de dispor de valores de uso, mas de ampliar abstrações numéricas. Busca-se obter mais quantidade do mesmo, indefinidamente. A isso os economistas chamam 'comportamento racional'. Dizem coisas complicadas, pois a defesa de uma estupidez exige alguma sofisticação.
Quem refletiu mais profundamente sobre essa grande transformação foi Karl Marx. Em meados do século 19, ele destacou três tendências da sociedade que então desabrochava:(a) ela seria compelida a aumentar incessantemente a massa de mercadorias, fosse pela maior capacidade de produzi-las, fosse pela transformação de mais bens, materiais ou simbólicos, em mercadoria; no limite, tudo seria transformado em mercadoria;(b) ela seria compelida a ampliar o espaço geográfico inserido no circuito mercantil, de modo que mais riquezas e mais populações dele participassem; no limite, esse espaço seria todo o planeta;(c) ela seria compelida a inventar sempre novos bens e novas necessidades; como as 'necessidades do estômago' são poucas, esses novos bens e necessidades seriam, cada vez mais, bens e necessidades voltados à fantasia, que é ilimitada.
Para aumentar a potência produtiva e expandir o espaço da acumulação, essa sociedade realizaria uma revolução técnica incessante. Para incluir o máximo de populações no processo mercantil, formaria um sistema-mundo. Para criar o homem portador daquelas novas necessidades em expansão, alteraria profundamente a cultura e as formas de sociabilidade. Nenhum obstáculo externo a deteria.Havia, porém, obstáculos internos, que seriam, sucessivamente, superados e repostos.
Pois, para valorizar-se, o capital precisa abandonar a sua forma preferencial, de riqueza abstrata, e passar pela produção, organizando o trabalho e encarnando-se transitoriamente em coisas e valores de uso. Só assim pode ressurgir ampliado, fechando o circuito. É um processo demorado e cheio de riscos. Muito melhor é acumular capital sem retirá-lo da condição de riqueza abstrata, fazendo o próprio dinheiro render mais dinheiro. Marx denominou D - D' essa forma de acumulação e viu que ela teria peso crescente. À medida que passasse a predominar, a instabilidade seria maior, pois a valorização sem trabalho é fictícia. E o potencial civilizatório do sistema começaria a esgotar-se: ao repudiar o trabalho e a atividade produtiva, ao afastar-se do mundo-da-vida, o impulso à acumulação não mais seria um agente organizador da sociedade.
Se não conseguisse se libertar dessa engrenagem, a humanidade correria sérios riscos, pois sua potência técnica estaria muito mais desenvolvida, mas desconectada de fins humanos. Dependendo de quais forças sociais predominassem, essa potência técnica expandida poderia ser colocada a serviço da civilização (abolindo-se os trabalhos cansativos, mecânicos e alienados, difundindo-se as atividades da cultura e do espírito) ou da barbárie (com o desemprego e a intensificação de conflitos).
Maior o poder criativo, maior o poder destrutivo.O que estamos vendo não é erro nem acidente. Ao vencer os adversários, o sistema pôde buscar a sua forma mais pura, mais plena e mais essencial, com ampla predominância da acumulação D - D'. Abandonou as mediações de que necessitava no período anterior, quando contestações, internas e externas, o amarravam. Libertou-se. Floresceu. Os resultados estão aí. Mais uma vez, os Estados tentarão salvar o capitalismo da ação predatória dos capitalistas.
Karl Marx manda lembranças.
CESAR BENJAMIN, 53, editor da Editora Contraponto e doutor honoris causa da Universidade Bicentenária de Aragua (Venezuela), é autor de 'Bom Combate' (Contraponto, 2006).
domingo, novembro 16, 2008
Falemos então de outra coisa..
VALE da CABRITA - Supremo Tribunal Administrativo confirma sentença que aponta para obrigatoriedade de demolição de prédios habitados no Vale do Cabrita, Leiria. Autarquia vai avançar com negociações para tentar acordo com proprietário.
Um morador, que prefere não se identificar, manifesta a sua estranheza por o processo não ter sido encaminhado para um tribunal criminal, por se tratar de um caso de falsificação de documentos. “Altera-se o alvará e não se age criminalmente contra a câmara? É uma coisa surrealista. No mínimo, vão ser gastos seis milhões de euros na demolição e indemnização dos moradores e vão ser os munícipes a pagar a factura. E ninguém responde por isso?” (Jornal de Leiria)
Um morador, que prefere não se identificar, manifesta a sua estranheza por o processo não ter sido encaminhado para um tribunal criminal, por se tratar de um caso de falsificação de documentos. “Altera-se o alvará e não se age criminalmente contra a câmara? É uma coisa surrealista. No mínimo, vão ser gastos seis milhões de euros na demolição e indemnização dos moradores e vão ser os munícipes a pagar a factura. E ninguém responde por isso?” (Jornal de Leiria)
terça-feira, novembro 11, 2008
Câmara da Nazaré atribui subsídios por cada bébé que nasça no concelho
Boa malha! Toca a quecar camaradas, qu' é pago! Os impostos apoiam os mais esganados!!
Pobreza é o principal problema social do distrito e tende a aumentar
Será coincidência? É que é também um dos distritos mais "laranjas" do país. E que tem um estádio do Euro!! (vazio ou quase). E bué de auto estradas caríssimas. E onde a ferrovia, o transporte menos poluente e mais barato está sendo desprezado para favorecer o uso das ditas auto estradas.
sábado, novembro 08, 2008
Este PS fede
Bagão Félix está triste! Foi ultrapassado pela direita, e pelo menos provável dos lados. No CDS vão-se ultrapassando uns aos outros discretamente. No PSD andam às turras e não sabem já se estão à direita ou à esquerda (vade retro, Satanás!!) do Sócrates. O PS deve ter pensado: a esquerda vai-nos zurzir sempre, por isso se nos colocarmos à direita só levamos de um dos lados. Se bem o pensou melhor o fez, e como não nos cansa de espantar foi mesmo capaz de votar contra propostas que tinha apresentado anteriormente. Para os lados do largo do Rato a coerência e o socialismo estão em crise, mas o número de socialistas gestores de empresas privadas com interesses com o Estado aumentou satisfatòriamente. O novo e "moderno" Código do Trabalho aí está, para vergonha de muitos socialistas e para benefício de uns poucos.
Manuel Alegre, Teresa Portugal, Júlia Caré, Eugénia Alho, e Matilde Sousa Franco votaram contra o Código de Trabalho e não por serem perigosos esquerdistas. Apenas foram decentes e coerentes com o que o PS sempre defendeu.
Manuel Alegre, Teresa Portugal, Júlia Caré, Eugénia Alho, e Matilde Sousa Franco votaram contra o Código de Trabalho e não por serem perigosos esquerdistas. Apenas foram decentes e coerentes com o que o PS sempre defendeu.
quarta-feira, novembro 05, 2008
Agora é que vamos resolver o problema da Ribeira dos Milagres- eleição dum presidente 3
Adeus Bush, Olá Obama!
Amig@s,
A vitória do Obama simboliza um novo começo para a relação do governo americano com o mundo. Vamos enviar uma mensagem de esperança, convidando o novo presidente a trabalhar junto conosco, ouvindo ao invés de ignorando os apelos do mundo. As mensagens serão colocadas em um imenso mural em Washington DC:
Participe!
Depois de 8 longos anos de Bush, chegou a hora de um novo começo!
Há muitos interesses em jogo na política americana, mas a vitória do Obama simboliza uma nova chance para os EUA se aliarem à comunidade global para encarar desafios urgentes como mudanças climáticas, direitos humanos e paz.
Depois de uma longa história de decepções com o governo norte-americano, o Obama despertou um sentimento de esperança e reconciliação nunca visto antes. Vamos enviar uma mensagem parabenizando e convidando o novo presidente e o povo norte-americano a trabalharmos juntos pelos desafios enfrentados no nosso planeta.
Nós construímos um enorme mural perto da Casa Branca em Washington DC onde vamos postar o número de assinaturas da nossa mensagem e colar mensagens pessoais recebidas do mundo todo. Quanto mais mensagens forem enviadas, mais o mural vai crescer dentro das próximas horas. Nós pedimos para o Obama receber pessoalmente nossas mensagens, por isso vamos tentar conseguir 1 milhão de assinaturas! Clique no link para ver a mensagem que escrevemos ou escrever a sua própria:
http://www.avaaz.org/po/million_messages_to_obama
Este é um momento de celebração mas as mudanças não serão fáceis: a indústria do petróleo, da guerra e o lobby conservador são bem fortes nos EUA. O mesmo grupo poderoso que planejou a guerra no Iraque está se preparando para deter as mudanças propostas pelo novo governo. O Obama prometeu trabalhar pela integração nacional, mas não podemos permitir que ele ceda aos conservadores em troca de conchavos políticos.
Vamos enviar uma mensagem de incentivo ao Obama, lembrando-o de se manter firme nos assuntos globais mais urgentes. Contamos com o cumprimento das promessas de campanha, que defenderam um tratado forte contra as mudanças climáticas, o fim da tortura e o fechamento do presídio de Guantanamo, o estabelecimento de um plano cuidadoso para a retirada das tropas do Iraque e a duplicação dos recursos destinados ao combate à pobreza global. Nunca antes na história um presidente norte-americano esteve tão aberto para nos escutar.
Vamos enfatizar o fato de que a maioria dos assuntos, como a crise financeira e o aquecimento global, só poderão ser resolvidos através de uma solução global, com o mundo todo trabalhando junto. Clique no link para ler e a assinar a nossa mensagem, depois encaminhe este email para seus amigos:
http://www.avaaz.org/po/million_messages_to_obama
Com esperança,
Ricken, Brett, Alice, Iain, Paula, Paul, Graziela, Pascal, Milena e toda a equipe Avaaz
PS – Mande uma foto sua para o nosso mural: envie-a para obamawall@avaaz.org
Saiba mais sobre as outras campanhas da Avaaz – http://www.avaaz.org/po/report_back_2/
Veja a lista das 10 promessas de campanha do Obama que estão relacionadas a assuntos globais.
Reduzir as emissões de carbono dos EUA em até 80% até 2050 e ter um papel mais forte e positivo na negociação do tratado global que irá dar continuidade ao Protocolo de Quioto
Retirar todas as tropas do Iraque dentro de 16 meses e não manter nenhuma base permanente no país
Estabelecer uma meta clara para eliminar todo o armamento nuclear do planeta
Fechar o presídio de Guantanamo
Dobrar o apoio financeiro para reduzir pela metade a extrema pobreza até 2050 e contribuir para a luta contra o HIV/AIDS, a tuberculose e a malária
Abrir um diálogo diplomático com países como o Irã e a Síria para buscar uma solução pacífica para tensões políticas
Desmilitarizar o serviço norte-americano de inteligência para evitar o tipo de manipulação que gerou a guerra no Iraque
Lançar um grande esforço diplomático para cessar a matança em Darfur
Somente negociar novos tratados comerciais que contenham proteções trabalhistas e ambientais para os países envolvidos
Investir USD $ 150 bilhões nos próximos 10 anos em energias renováveis e colocar 1 milhão de carros elétricos nas ruas até 2015
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SOBRE A AVAAZ
Avaaz.org é uma organização independente sem fins lucrativos que visa garantir a representação dos valores da sociedade civil global na política internacional em questões que vão desde o aquecimento global até a guerra no Iraque e direitos humanos. Avaaz não recebe dinheiro de governos ou empresas e é composta por uma equipe global sediada em Londres, Nova York, Paris, Washington DC, Genebra e Rio de Janeiro. Avaaz significa "voz" em várias línguas européias e asiáticas. Telefone: +1 888 922 8229
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A vitória do Obama simboliza um novo começo para a relação do governo americano com o mundo. Vamos enviar uma mensagem de esperança, convidando o novo presidente a trabalhar junto conosco, ouvindo ao invés de ignorando os apelos do mundo. As mensagens serão colocadas em um imenso mural em Washington DC:
Participe!
Depois de 8 longos anos de Bush, chegou a hora de um novo começo!
Há muitos interesses em jogo na política americana, mas a vitória do Obama simboliza uma nova chance para os EUA se aliarem à comunidade global para encarar desafios urgentes como mudanças climáticas, direitos humanos e paz.
Depois de uma longa história de decepções com o governo norte-americano, o Obama despertou um sentimento de esperança e reconciliação nunca visto antes. Vamos enviar uma mensagem parabenizando e convidando o novo presidente e o povo norte-americano a trabalharmos juntos pelos desafios enfrentados no nosso planeta.
Nós construímos um enorme mural perto da Casa Branca em Washington DC onde vamos postar o número de assinaturas da nossa mensagem e colar mensagens pessoais recebidas do mundo todo. Quanto mais mensagens forem enviadas, mais o mural vai crescer dentro das próximas horas. Nós pedimos para o Obama receber pessoalmente nossas mensagens, por isso vamos tentar conseguir 1 milhão de assinaturas! Clique no link para ver a mensagem que escrevemos ou escrever a sua própria:
http://www.avaaz.org/po/million_messages_to_obama
Este é um momento de celebração mas as mudanças não serão fáceis: a indústria do petróleo, da guerra e o lobby conservador são bem fortes nos EUA. O mesmo grupo poderoso que planejou a guerra no Iraque está se preparando para deter as mudanças propostas pelo novo governo. O Obama prometeu trabalhar pela integração nacional, mas não podemos permitir que ele ceda aos conservadores em troca de conchavos políticos.
Vamos enviar uma mensagem de incentivo ao Obama, lembrando-o de se manter firme nos assuntos globais mais urgentes. Contamos com o cumprimento das promessas de campanha, que defenderam um tratado forte contra as mudanças climáticas, o fim da tortura e o fechamento do presídio de Guantanamo, o estabelecimento de um plano cuidadoso para a retirada das tropas do Iraque e a duplicação dos recursos destinados ao combate à pobreza global. Nunca antes na história um presidente norte-americano esteve tão aberto para nos escutar.
Vamos enfatizar o fato de que a maioria dos assuntos, como a crise financeira e o aquecimento global, só poderão ser resolvidos através de uma solução global, com o mundo todo trabalhando junto. Clique no link para ler e a assinar a nossa mensagem, depois encaminhe este email para seus amigos:
http://www.avaaz.org/po/million_messages_to_obama
Com esperança,
Ricken, Brett, Alice, Iain, Paula, Paul, Graziela, Pascal, Milena e toda a equipe Avaaz
PS – Mande uma foto sua para o nosso mural: envie-a para obamawall@avaaz.org
Saiba mais sobre as outras campanhas da Avaaz – http://www.avaaz.org/po/report_back_2/
Veja a lista das 10 promessas de campanha do Obama que estão relacionadas a assuntos globais.
Reduzir as emissões de carbono dos EUA em até 80% até 2050 e ter um papel mais forte e positivo na negociação do tratado global que irá dar continuidade ao Protocolo de Quioto
Retirar todas as tropas do Iraque dentro de 16 meses e não manter nenhuma base permanente no país
Estabelecer uma meta clara para eliminar todo o armamento nuclear do planeta
Fechar o presídio de Guantanamo
Dobrar o apoio financeiro para reduzir pela metade a extrema pobreza até 2050 e contribuir para a luta contra o HIV/AIDS, a tuberculose e a malária
Abrir um diálogo diplomático com países como o Irã e a Síria para buscar uma solução pacífica para tensões políticas
Desmilitarizar o serviço norte-americano de inteligência para evitar o tipo de manipulação que gerou a guerra no Iraque
Lançar um grande esforço diplomático para cessar a matança em Darfur
Somente negociar novos tratados comerciais que contenham proteções trabalhistas e ambientais para os países envolvidos
Investir USD $ 150 bilhões nos próximos 10 anos em energias renováveis e colocar 1 milhão de carros elétricos nas ruas até 2015
--------------------------------------
SOBRE A AVAAZ
Avaaz.org é uma organização independente sem fins lucrativos que visa garantir a representação dos valores da sociedade civil global na política internacional em questões que vão desde o aquecimento global até a guerra no Iraque e direitos humanos. Avaaz não recebe dinheiro de governos ou empresas e é composta por uma equipe global sediada em Londres, Nova York, Paris, Washington DC, Genebra e Rio de Janeiro. Avaaz significa "voz" em várias línguas européias e asiáticas. Telefone: +1 888 922 8229
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Ricken Patel - Avaaz.org
Agora é que vai ser!
Pela primeira vez está tudo de acordo: desde o Presidente Cavaco e a sua Maria, passando pelo Paulo Portas ao José Sócrates, sem esquecer o ressuscitado Luís Nobre Guedes e indo ao presidente Sarkozy para sem perder tempo recordarmos Oprah Winfrey e o nosso perito em tudo e mais alguma coisa Nuno Rogeiro, até o grande Nelson Mandela (que aparece aqui para dar um pouco de nível à lista) e o ex-grande amigo de Bush, Durão "Cherne" Barroso e embatendo de trombas na rapaziada da Quadratura do Ciclo e com chave de ouro fechando com o meu camarada Daniel Oliveira, todos estão contentíssimos, claro que cada um à sua maneira, por razões diversas, que vão desde o "porque este é menos mau que o outro", passando ao "depois do Bush este é um génio", indo ao "porque sim tendo em conta a geo estratégia e agudizar das tensões pós guerra fria e a tendência para o isolacinismo crescente em torno da real politik dos USA e o antagonismo desenvolvido pela tríade Síria, Palestina e Paquistão contra o inimgo sionista Israel, que como se sabe está em consonância directa com o lobby judeu que governa há anos encapotadamente os USA", até ao oportunismo mais nojento daqueles que estão sempre com quem manda para poder aparecer na fotografia.
Ressalvo mais uma vez aqui a posição do grande Mandela, que passou 30 anos nas cadeias do Apartheid por defender o fim do racismo e a oportunidade do seu povo, ter na sua terra um governo da sua gente, e que vê com natural orgulho, no país mais poderoso do mundo, a sua luta ser recompensada.
E já agora eu, que também estou contente. O sr. Obama, se o lembrarmos, talvez possa ajudar-nos a resolver o problema da Ribeira dos Milagres. Manda para cá duas ou três companhias de Marines apoiadas pela aviação, dá cabo das pocilgas ilegais, estorrica os porcos todos com Napalm, e assim passa a ter também o apoio dos directores da Recilis, da rapaziada dos Milagres em particular e de Leiria em geral, e ainda se pode tornar sócio da ADLEI e presidente honorário do F C Marrazes ( só para chatear o Bartolomeu e a Damasceno e os gajos da Leirisport).
Eleição dum presidente -parte 2
Que esperas tu aí sentado? Que o Império reconheça os seus erros?
É ver para crer, disse o cego.
De qualquer maneira estamos feitos, disse Cochise fumando o cachimbo da paz.
Never say never again, disse o gago.
Hillary, onde meteste os meus charutos? piada de mau gosto
Passo a vida a correr atrás duma ilusão, disse o paralítico
Eu sou a ressurreição, disse Deus e eles acreditaram.
Eu não!
É ver para crer, disse o cego.
De qualquer maneira estamos feitos, disse Cochise fumando o cachimbo da paz.
Never say never again, disse o gago.
Hillary, onde meteste os meus charutos? piada de mau gosto
Passo a vida a correr atrás duma ilusão, disse o paralítico
Eu sou a ressurreição, disse Deus e eles acreditaram.
Eu não!
segunda-feira, novembro 03, 2008
BPN - Todos bons meninos - pequena história pouco falada mas com imagens de marca
PAZ, PÃO, POVO E LIBERDADE
Dá cá o meu!!
Eu saí a tempo!
Um banco com lugar para todos? Ó Catarina, vê a confusão que a menina arranjou com essa sua pose tão singelamente convidativa? Ainda bem que eu não fui para lá! Nem sei onde isso fica!
Nem pensem que eu digo que eram os ex-ministros do PSD do tempo do Cavaco que lá estavam. Eu nem sei quem é o Cavaco! Nem sei o que é um banco.
Dá cá o meu!!
Eu saí a tempo!
Um banco com lugar para todos? Ó Catarina, vê a confusão que a menina arranjou com essa sua pose tão singelamente convidativa? Ainda bem que eu não fui para lá! Nem sei onde isso fica!
Nem pensem que eu digo que eram os ex-ministros do PSD do tempo do Cavaco que lá estavam. Eu nem sei quem é o Cavaco! Nem sei o que é um banco.
domingo, novembro 02, 2008
segunda-feira, outubro 27, 2008
quarta-feira, outubro 22, 2008
Spam-cartoon
Com o agradecimento ao Arrastão, permito-me a partilhar isto convosco. Fabuloso
http://arrastao.org/sem-categoria/spam-cartoon/
http://arrastao.org/sem-categoria/spam-cartoon/
quarta-feira, outubro 15, 2008
O FADO LUSITANO ( e não só)
No sobe e desce da bolsa, no coração dos aflitos, no crédito mal parado, na falta de escrúpulos, na miséria, na pobreza, descendentes de gerações perdidas, pilares osteoporóticos de sustentação da sociedade, anjos da guarda do exótico totobola das almas em que se promovem Paraísos, parafernália de consensos intoxicados de viroses mais ou menos sedimentadas e com hipóteses de Nobel. Procuremos no lado escuro da lua o preceito mais que prefeito da arte de fugir entre os pingos da chuva.
De tanto fingir que não viam, ficaram de facto cegos. Agora é tarde. Paz às vossas acções. Ave mercado, as que vão morrer saúdam-te.
Vejo-os aturdidos, sufocados na própria ganância. Já Peter Pan vendia acções da Terra do Nunca. É por isso que devemos ter em atenção as histórias da nossa infância.
É que ser grande não significa ser grande coisa.
Uma lição do grande O'Neill
“Saber Viver é Vender a Alma ao Diabo” – Alexandre O’Neill
Gosto dos que não sabem viver,
dos que se esquecem de comer a sopa
(«Allez-vous bientôt manger votre soupe,
s... b... de marchand de nuages?»
e embarcam na primeira nuvem
para um reino sem pressa e sem dever.
Gosto dos que sonham enquanto o leite sobe,
transborda e escorre, já rio no chão,
e gosto de quem lhes segue o sonho
e lhes margina o rio com árvores de papel.
Gosto de Ofélia ao sabor da corrente.
Contigo é que me entendo,
piquena que te matas por amor
a cada novo e infeliz amor
e um dia morres mesmo
em «grande parva, que ele há tanto homem!»
(Dá Veloso-o-Frecheiro um grande grito?...)
Gosto do Napoleão-dos-Manicómios,
da Julieta-das-Trapeiras,
do Tenório-dos-Bairros
que passa fomeca mas não perde a proa e parlapié...
Passarinheiros, também gosto de vocês!
Será isso viver, vender canários
que mais parecem sabonetes de limão,
vender fuliginosos passarocos implumes?
Não é viver.
È arte, lazeira, briol, poesia pura!
Não faço (quem é parvo) a apologia do mendigo;
não me bandeio (que eu já vi esse filme...)
com gerações perdidas.
Mas senta aqui, mendigo:
vamos fazer esparguete dos teus atacadores
e comê-lo como as pessoas educadas,
que não levantam o esparguete acima da cabeça
nem o chupam como você, seu irrecuperável!
E tu, derradeira geração perdida,
confia-me os teus sonhos de pureza
e cai de borco, que eu chamo-te ao meio-dia...
Por que não põem cifrões em vez de cruzes
nos túmulos desses rapazes desembarcados p’ra morrer?
Gosto deles assim, tão sem futuro,
enquanto se anunciam boas perspectivas
para o franco frrrrançais
e os politichiens si habiles, si rusés,
evitam mesmo a tempo a cornada fatal!
Les portugueux...
não pensam noutra coisa
senão no arame, nos carcanhóis, na estilha,
nos pintores, nas aflitas,
no tojé, na grana, no tempero,
nos marcolinos, nas fanfas, no balúrdio e
... sont toujours gueux,
mas gosto deles só porque não querem
apanhar as nozes...
Dize tu: - Já começou, porém, a racionalização do trabalho.
Direi eu: - Todavia o manguito será por muito tempo
O mais económico dos gestos!
Saber viver é vender a alma ao diabo,
a um diabo humanal, sem qualquer transcendência,
a um diabo que não espreita a alma, mas o furo,
a um satanazim que se dá por contente
de te levar a ti, de escarnecer de mim...
quinta-feira, outubro 09, 2008
A Europa está de tanga
A EUROPA ESTÁ DE TANGA !
Esta deve ser a próxima dedução brilhante do Zé Manel.
Esta deve ser a próxima dedução brilhante do Zé Manel.
Depois de ter cavado do seu país natal, que como sabem, segundo o próprio, estava de tanga, o rapaz maravilha que brilhava nos governos do Cavaco está de novo com risco de ter de conviver com uma mão cheia de Tarzans e Janes sem terem onde cair mortos! Para onde fugirá ele desta vez? Aceitam-se apostas!
Entretanto, por cá, está tudo porreiro, pá!
Àparte os escândalos recentes na banca portuguesa, os erros na privatização de sectores estratégicos e a falta de respostas adequadas do governo português. Estamos de tanga, mas a tanga é de marca!
Agora digam lá se isto não fica aqui a matar!!
terça-feira, outubro 07, 2008
"Sapo com maçã" - filmado em Alcobaça
O BE/Alcobaça está a trabalhar na preparação de um jantar de apoio ao Escultor e Prof. António Delgado, discriminado e proibido pela Câmara de Alcobaça, por razões políticas, de participar na exposição "Apple Parade", no largo frente ao Mosteiro. O jantar será no dia 18 de Outubro, pelas 20 h., em Alcobaça
sexta-feira, outubro 03, 2008
Praxe? Não, obrigado!!
Começa a época escolar, e com ela retorna a vergonhosa prática da humilhação e da cretinice institucionalizada que é a "Praxe". Qual o objectivo de uma prática que ano após ano se tem traduzido no abuso mais ou menos gravoso de uns quantos, sobre outros que se apresentam numa condição de suposta ( porque na realidade o não é) inferioridade? )Integração? Vão gozar com outro!!
A praxe é uma prática brutal, boçal, e anormal. Traduz-se na humilhação, amiúdes vezes com agressão física, sempre com agressão moral. Quem "domina" na praxe, é um imbecil que já foi praxado e faz aos outros aquilo que lhe foi feito. Perpetua-se a imbecilidade tendo como primeiro pilar de sustentação o revanchismo. A falta de originalidade nas "penas" a inflingir, brincadeiras de mau gosto a roçar os limites da violência, tanto física como verbal, mostram os seus autores como indivíduos de baixo nível, castrados intelectual e sexualmente.
A praxe é a demonstração cabal de que ter média para entrar no ensino superior, não garante a qualidade intelectual e muito menos humana de ninguém. Lamento que esta prática seja apoiada pelos conselhos directivos das escolas. Às vezes é preciso coragem para se tomar determinadas decisões. Aqui, nem isso, apenas é necessário bom senso.
As imagens degradantes que se têm visto em Leiria esta semana, com a necessidade de hospitalização de garotos devido às sevícias que lhes foram infligidas por idiotas sem qualquer outro tipo de habilitação senão a cretinice que demonstram, têm que ser denunciadas e têm que ser banidas.
A praxe é uma imbecilidade, violenta e sem interesse nenhum.
Redfish
terça-feira, setembro 30, 2008
Os pobres dos banqueiros e as suas (más) acções
(a minha pequena homenagem a Richard Wright)
Assim é que era bom! Nacionalizam-se as perdas, privatizam-se os lucros!
Viva o mercado regulado.
domingo, setembro 28, 2008
Insolvência de Neves e Gomes, lda
E continua, com impunidade, a procissão do encerramento de fábricas, de qualquer maneira, sem um minimo de suporte legal.
Aos patrões, como sempre nada lhes acontece!
Os que trabalham e produzem é que vão "para a rua"..e desta vez foram mais 32 pessoas!
Daqui lhes enviamos a nossa solidariedade!
Aos patrões, como sempre nada lhes acontece!
Os que trabalham e produzem é que vão "para a rua"..e desta vez foram mais 32 pessoas!
Daqui lhes enviamos a nossa solidariedade!
quinta-feira, setembro 25, 2008
O Lexotan também são uns comprimidos cor de rosa
Rosas em vésperas de eleições?
São 150000 empregos
Meu senhor!!
O “Milagre Rosa”
Sócrates transformou os empregos em rosas!
São 150000 empregos
Meu senhor!!
O “Milagre Rosa”
Sócrates transformou os empregos em rosas!
A vida em Portugal é uma novela cor de rosa!
O Governo lava-se com "Água de Rosas".
O desemprego (clica aqui)? Não há rosa sem espinhos!
Portugal? É o canteiro de rosas da Europa!
O Presidente da República? O fiel jardineiro ( cuida das rosas)
terça-feira, setembro 23, 2008
Leiria em Cuecas e o "novo" Código de Trabalho
Enquanto há tempo de ler, 2 poemas de Alberto Pimenta.
35 anos depois, tão infelizmente actuais!
Dísticos
dizes:
eu é que sei quais são os interesses de todos.
e não sabes
que todos sabem também quais são os teus interesses?
dizes:
essa forma não se ajusta às nossas necessidades.
eu registo:
continuas usando o plural majestático
dizes:
eu quero a paz.
sim acredito.
já seria altura de gozares
o que ganhaste na guerra
dizes:
é necessário construir o futuro.
agora compreendo porque afundas o presente:
para lançares os alicerces
dizes:
é preciso distinguir o bem e o mal.
admites portanto
que eles podem confundir-se
dizes:
as oportunidades são as mesmas pra todos.
tens razão:
nada se alterou
dizes:
o que eu faço é bom.
dizes:
o que eu faço é para teu bem.
eu digo:
há quem nã esteja contente contigo.
tu dizes:
cala-te.
permeabilidade
os cegos dizem: veremos
nós vemos e calamo-nos
os mudos gesticulam.
nós temos as mãos nos bolsos.
os surdos põem a mão em concha.
nós tapamos os ouvidos.
Alberto Pimenta in "CORPOSESTRANHOS" , Setembro 1973
Leiria em Cuecas observa: Os parquímetros não estão aqui!!
Desculpem lá o mau geito e a insistência no assunto, mas enquanto há agentes às 19h45m junto à CGD a multar quem por lá estacione e não tire a senhazinha para comprar os 15 minutos que restam para o estacionamento público(?) deixar de ser pago, há zonas desta linda urbe onde nem os sinais de estacionamento proibido, a proximidade de uma curva, o dificultar do trânsito, a proximidade de um colégio pondo em risco a integridade das crianças que se desloquem na rua (de dois sentidos e sem passeios), nada disto chega para que os carros aí estacionados em infracção o dia todo, sejam, pelo menos, sancionados da mesma forma que os outros na zona dos parquímetros. Ou será que o dinheiro está acima da lei?
segunda-feira, setembro 15, 2008
sábado, setembro 13, 2008
Leiria em Cuecas conta o "Pequeno desabafo à portuguesa, ou a história do Camelo Lusitano"
Eu não acredito em bruxas, mas que as há, há!
Por isso é normal que manifestações do inexplicável sejam aceites cada vez mais facilmente. Longe vão os tempos em que era mais difícil passar um rico no buraco de uma agulha do que um camelo entrar no reino dos céus...
( avisam-me agora que troquei o rico e o camelo de lugar na história, por isso as minhas desculpas, mas isso não lhe altera a moral). O que eu quero dizer é que o céu está ao alcance de qualquer um, agora, desde que pague. A especulação imobiliária já chegou lá acima pelo que terão que desembolsar uma nota preta para garantirem um poiso no Paraíso, o que se torna muito mais fácil para quem já está acostumado aos paraísos (fiscais) cá da Terra e cá da terra, onde é muito mais difícil entrar para o curso de Medecina do que entrar no tal buraco da agulha. Diz uma amiga minha que é professora e que acha a ministra da educação uma bruxa, que se não fosse assim haveria mais médicos que doentes e que os senhores doutores iriam perder importância na escala social e ganhar menos uns cobres do que ganham, o que poderá ser uma verdade, mas também é verdade que já há falta deles, vai haver ainda mais muito em breve, e não estou a ver que se consiga preencher as faltas com os excedentes de outros cursos, como Direito, por exemplo, que dá ideia de uma vaca parideira de advogados sem causa, sem emprego, sem tostão, sem lugar numa justiça que é cada vez mais injusta, mais sectária e parcial, que se dobra perantes uns (os tais dos paraísos) e se agiganta perante outros, os que não conseguem passar pelo buraco da agulha, e que, para os que duvidam da sua justa força, contrata uns rapazes musculados e com uma pontaria do caraças ( conseguem meter uma bala por um buraco duma agulha, são assim como uma mistura de Rambo com os forcados do Grupo dos Amadores de Póvoa de Corno Aberto, terra imaginária mas com grandes hipóteses de ter muitos habitantes) e que nas horas de lazer andam à procura de carros em transgressão em zona de parquímetros de propridade privada, que têm a nobre missão de contratualizar o estacionamento público, tornando-o menos público mas mais rentável para os tais proprietários dos parquímetros que pagam aos tais rapazes que de farda fora de serviço se atiram valentemente contra os veículos em transgressão. Dirá o leitor, são funcionários públicos, ganham pouco, é uma forma de compensar o pouco que lhes entra em casa dado pelo Estado, eu comovido deixo rolar uma lágrima pela bochecha esquerda, e, atrofiado, imagino o esforço enorme do funcionário público Vitalino Canas, esse defensor do trabalho, seja ele temporário, breve ou mesmo imaginário, vejo Constâncio a contar os magros tostões no Banco de Portugal, e não posso deixar de concordar com Cavaco Silva e vetar também tudo o que seja Autónomo e venha dos Açores, que como se sabe tem vacas a mais, o que põe em risco as vacas que nós cá temos, que por serem vacas se querem divorciar a torto e a direito, (veta-se mais esta e passa-se à frente do camelo para se entrar para o céu ) e parafraseando Fócrates: "Este governo é uma soda mas vocês não têm idade nem curriculum para mo atirarem à cara", vou pegar num saco e vou caçar gambuzinos, que por cá, conta quem sabe, já começou a caça às bruxas, que eu juro que nunca vi, mas que as há, há!
Redfish
quarta-feira, setembro 10, 2008
A América é do Índio - Taiguara
Numa altura em que a guerra Obama x McCain parece fazer esquecer que o pior dos USA se vai manter ganhe quem ganhar, a sua vocação imperial!
domingo, setembro 07, 2008
Milagres? Mais uma descarga...
Já sabe do que falamos. Não há milagre nenhum que resolva o problema da ribeira dos Milagres. A vergonha mantem-se: sempre que chove há descarga na ribeira! Há quantos anos se passa isto? E o que já está a ser feito para resolver o assunto?
A câmara chuta para o governo, este corta e chuta para canto. O árbitro, sua excelentíssima Cavaqueira, nem sabe do que estamos falando, senão teríamos mais um discurso com voz de bacalhau seco a dizer coisa nenhuma, e veto à Ribeira, pois não conhece, nem sabe ao certo o teor das descargas.
Have you ever see the rain ( na ribeira dos Milagres)?
Redfish
A câmara chuta para o governo, este corta e chuta para canto. O árbitro, sua excelentíssima Cavaqueira, nem sabe do que estamos falando, senão teríamos mais um discurso com voz de bacalhau seco a dizer coisa nenhuma, e veto à Ribeira, pois não conhece, nem sabe ao certo o teor das descargas.
Have you ever see the rain ( na ribeira dos Milagres)?
Redfish
quinta-feira, setembro 04, 2008
SECLA: OS TREZE VENCERAM!
Aqui deixamos o discurso dos treze no Comicio do B.E., no passado dia 27 na Nazaré!:
A NOSSA LUTA
Pertencemos a um grupo de 13 trabalhadores da Secla, que fomos intitulados de “Os 13 Resistentes”, porque entre os 250 trabalhadores da Secla, fomos os únicos que não aceitamos ser empurrados para fora da empresa e espoliados dos nossos direitos.
Pertencendo nós aos sectores mais diversificados que existiam na empresa, e alguns mesmo sem se conhecerem, resolvemos individualmente lutar por um dos direitos mais elementares consagrados na nossa Constituição: DIREITO AO TRABALHO. Foi esta a causa que nos uniu e perseguiu ao longo do calvário de mês e meio que durou a nossa luta.
Quando muito se tem discutido em torno da Flexigurança e na dificuldade que as empresas têm actualmente de ajustarem a mão-de-obra às suas reais necessidades, eis que surge uma empresa inovadora, A Secla, que vem provar precisamente o contrário, vendo-se livre de cerca de 250 trabalhadores, sem sequer recorrer ao despedimento colectivo e aos seus pressupostos, e fá-lo da forma mais leviana que se possa imaginar
E nós que ficamos na empresa, por não aceitarmos desbaratar os poucos direitos que ainda temos, e que foram conquistados há muitos anos, por gente corajosa que pagou com a sua própria vida -nós os 13 resistentes -, fomos impedidos de entrar na empresa e retomarmos os nossos postos de trabalho, não nos garantiram o ordenado e também não nos despediram – situação inédita -, porque diziam não ter dinheiro para pagar as nossas indemnizações. Mas foi esta mesma empresa que arranjou dinheiro, para pagar as dívidas que tinha à Segurança Social, ao Fisco, e ao BCP. E tudo isto foi possível sem qualquer penalização para a empresa que além de ignorar completamente todos os procedimentos consagrados na lei, desrespeitou também a graduação creditória, colocando os trabalhadores num patamar de menoridade em relação aos outros credores da empresa, quando de acordo com a lei, os trabalhadores são credores privilegiados, mesmo em relação ao estado.
Como se tudo isto não fosse suficiente, – e não sendo nossa intenção pôr em causa a justiça no nosso pais - eis que surge um juiz, que confirma o encerramento total e definitivo da empresa, sem qualquer obrigatoriedade por parte desta, de ocupação efectiva dos 13 resistentes. E fá-lo baseado em fundamentos que em nossa opinião são pouco convincentes, ignorando inclusive o relatório da Inspecção Geral de Trabalho, que alertava para a conduta ilegal da empresa.
A partir de agora ficamos convictos que, do mesmo modo como se podem criar também com a mesma facilidade se podem fechar empresas na hora, sem quaisquer responsabilidades sociais e jurídicas, para quem o faz.
E tudo isto só é possível, porque os cerca de 250 trabalhadores também mal aconselhados pelo Sindicato dos Trabalhadores das Industrias de Cerâmica, Cimentos, Construção e Similares do Distrito de Leiria, facilmente abdicaram da luta pelo seu posto de trabalho e pelo garante do sustento das suas famílias em troca de esmolas.
Como não há “duas sem três”, eis que surge também o Exmo. Senhor Presidente da Câmara de Caldas da Rainha, com responsabilidades no município, e que deveria ser o primeiro defensor dos valores democráticos e o maior impulsionador na criação e manutenção de postos de trabalho no concelho a que preside, em prol do bem estar dos seus cidadãos e no entanto preferiu tomar partido e assumir o papel de porta voz da empresa, afirmando categoricamente que os trabalhadores não deveriam ter quaisquer direitos, demarcando-se do seu papel de autarca, dando desta forma uma prova inequívoca em como o poder económico determina e condiciona o poder político.
Os sindicatos por seu lado, que deveriam colocar-se ao lado dos trabalhadores na defesa dos seus direitos, também não ficaram muito bem na fotografia. Se um dos sindicatos – o Sindicado dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos, Construção e Similares do Distrito de Leiria - acabou por ser responsabilizado pela forma como conduziu todo o processo e que culminou com a avalanche de trabalhadores que aceitaram prescindir dos poucos direitos que ainda tinham, o outro sindicato – o Sindicato das Indústrias de Cerâmica, Cimento e Vidro da Zona Centro - que inicialmente acompanhou os 13 resistentes, acabou também por desaparecer repentinamente de cena, sem qualquer justificação, deixando os 13 resistentes completamente isolados e por sua conta e risco.
E foi este o cenário que nós tivemos que enfrentar ao longo de mês e meio resistindo a todo o tipo de coação psicológica por parte da entidade patronal.
Valeu-nos o apoio de alguns ex-colegas que nos foram visitando. E foi com base nesse apoio e na forma como nos organizamos que conseguimos alcançar os nossos objectivos.
A base do nosso sucesso está relacionada com as seguintes palavras-chave:
- Focalização: clarificação de ideias e determinação de objectivos concretos tendo em conta a missão a que nos propusemos;
- Coesão: o elevado índice de identificação em relação ao grupo, o espírito de grupo e a confiança mútua foram determinantes para resistirmos às várias estratégias implementadas pela empresa com o intuito de “dividir para governar”.
- Organização: qualquer grupo bem organizado, suporta melhor as agressões exteriores e nós através de reuniões periódicas, em que traçávamos em conjunto a melhor estratégia a adoptar de acordo com os acontecimentos que se sucediam diariamente, conseguimos alcançar os nossos objectivos e resistir a todo o tipo de ameaças.
- Convicção – foi muito importante acreditarmos em nós próprios e termos todos a certeza, que iríamos alcançar os nossos objectivos.
- Determinação – foi importante mantermos um elevado grau de motivação, muita coragem e ousadia para tomarmos atitudes como aquela em que impedimos a saída de equipamento da empresa.
Com base em tudo o que já foi dito, concluímos que, quando os trabalhadores estão unidos, jamais serão vencidos.
A NOSSA LUTA
Pertencemos a um grupo de 13 trabalhadores da Secla, que fomos intitulados de “Os 13 Resistentes”, porque entre os 250 trabalhadores da Secla, fomos os únicos que não aceitamos ser empurrados para fora da empresa e espoliados dos nossos direitos.
Pertencendo nós aos sectores mais diversificados que existiam na empresa, e alguns mesmo sem se conhecerem, resolvemos individualmente lutar por um dos direitos mais elementares consagrados na nossa Constituição: DIREITO AO TRABALHO. Foi esta a causa que nos uniu e perseguiu ao longo do calvário de mês e meio que durou a nossa luta.
Quando muito se tem discutido em torno da Flexigurança e na dificuldade que as empresas têm actualmente de ajustarem a mão-de-obra às suas reais necessidades, eis que surge uma empresa inovadora, A Secla, que vem provar precisamente o contrário, vendo-se livre de cerca de 250 trabalhadores, sem sequer recorrer ao despedimento colectivo e aos seus pressupostos, e fá-lo da forma mais leviana que se possa imaginar
E nós que ficamos na empresa, por não aceitarmos desbaratar os poucos direitos que ainda temos, e que foram conquistados há muitos anos, por gente corajosa que pagou com a sua própria vida -nós os 13 resistentes -, fomos impedidos de entrar na empresa e retomarmos os nossos postos de trabalho, não nos garantiram o ordenado e também não nos despediram – situação inédita -, porque diziam não ter dinheiro para pagar as nossas indemnizações. Mas foi esta mesma empresa que arranjou dinheiro, para pagar as dívidas que tinha à Segurança Social, ao Fisco, e ao BCP. E tudo isto foi possível sem qualquer penalização para a empresa que além de ignorar completamente todos os procedimentos consagrados na lei, desrespeitou também a graduação creditória, colocando os trabalhadores num patamar de menoridade em relação aos outros credores da empresa, quando de acordo com a lei, os trabalhadores são credores privilegiados, mesmo em relação ao estado.
Como se tudo isto não fosse suficiente, – e não sendo nossa intenção pôr em causa a justiça no nosso pais - eis que surge um juiz, que confirma o encerramento total e definitivo da empresa, sem qualquer obrigatoriedade por parte desta, de ocupação efectiva dos 13 resistentes. E fá-lo baseado em fundamentos que em nossa opinião são pouco convincentes, ignorando inclusive o relatório da Inspecção Geral de Trabalho, que alertava para a conduta ilegal da empresa.
A partir de agora ficamos convictos que, do mesmo modo como se podem criar também com a mesma facilidade se podem fechar empresas na hora, sem quaisquer responsabilidades sociais e jurídicas, para quem o faz.
E tudo isto só é possível, porque os cerca de 250 trabalhadores também mal aconselhados pelo Sindicato dos Trabalhadores das Industrias de Cerâmica, Cimentos, Construção e Similares do Distrito de Leiria, facilmente abdicaram da luta pelo seu posto de trabalho e pelo garante do sustento das suas famílias em troca de esmolas.
Como não há “duas sem três”, eis que surge também o Exmo. Senhor Presidente da Câmara de Caldas da Rainha, com responsabilidades no município, e que deveria ser o primeiro defensor dos valores democráticos e o maior impulsionador na criação e manutenção de postos de trabalho no concelho a que preside, em prol do bem estar dos seus cidadãos e no entanto preferiu tomar partido e assumir o papel de porta voz da empresa, afirmando categoricamente que os trabalhadores não deveriam ter quaisquer direitos, demarcando-se do seu papel de autarca, dando desta forma uma prova inequívoca em como o poder económico determina e condiciona o poder político.
Os sindicatos por seu lado, que deveriam colocar-se ao lado dos trabalhadores na defesa dos seus direitos, também não ficaram muito bem na fotografia. Se um dos sindicatos – o Sindicado dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos, Construção e Similares do Distrito de Leiria - acabou por ser responsabilizado pela forma como conduziu todo o processo e que culminou com a avalanche de trabalhadores que aceitaram prescindir dos poucos direitos que ainda tinham, o outro sindicato – o Sindicato das Indústrias de Cerâmica, Cimento e Vidro da Zona Centro - que inicialmente acompanhou os 13 resistentes, acabou também por desaparecer repentinamente de cena, sem qualquer justificação, deixando os 13 resistentes completamente isolados e por sua conta e risco.
E foi este o cenário que nós tivemos que enfrentar ao longo de mês e meio resistindo a todo o tipo de coação psicológica por parte da entidade patronal.
Valeu-nos o apoio de alguns ex-colegas que nos foram visitando. E foi com base nesse apoio e na forma como nos organizamos que conseguimos alcançar os nossos objectivos.
A base do nosso sucesso está relacionada com as seguintes palavras-chave:
- Focalização: clarificação de ideias e determinação de objectivos concretos tendo em conta a missão a que nos propusemos;
- Coesão: o elevado índice de identificação em relação ao grupo, o espírito de grupo e a confiança mútua foram determinantes para resistirmos às várias estratégias implementadas pela empresa com o intuito de “dividir para governar”.
- Organização: qualquer grupo bem organizado, suporta melhor as agressões exteriores e nós através de reuniões periódicas, em que traçávamos em conjunto a melhor estratégia a adoptar de acordo com os acontecimentos que se sucediam diariamente, conseguimos alcançar os nossos objectivos e resistir a todo o tipo de ameaças.
- Convicção – foi muito importante acreditarmos em nós próprios e termos todos a certeza, que iríamos alcançar os nossos objectivos.
- Determinação – foi importante mantermos um elevado grau de motivação, muita coragem e ousadia para tomarmos atitudes como aquela em que impedimos a saída de equipamento da empresa.
Com base em tudo o que já foi dito, concluímos que, quando os trabalhadores estão unidos, jamais serão vencidos.
Leiria no seu habitual registo
Como de costume, em Leiria dão-se pérolas a porcos. Todo o mundo refila porque em Leiria "não passa nada", e quando passa o leiriense encartado não pode ir, está menstruado, tem joanetes, morreu um tio na Abissínia, deu-lhe para doer um dente, enfim, tudo lhe sucede no dia, "precisamente nesse dia, que gaita, eu queria tanto ir", enfim, David Biney, Mark Turner, e companheiros, são do melhor que há no mundo, bolas!
Só há em Leiria 100 gajos(as) que gostam de Jazz? (ou nem isso!!)
São sempre os mesmos, honra lhes seja feita, do Jazz ao teatro, da música erudita à dança, são sempre os mesmos. Bem hajam.
terça-feira, setembro 02, 2008
Em Leiria também acontece...
O pessoal está mesmo teso, embora Sócrates e os socráticos o tentem ocultar de todas as maneiras possíveis e imagináveis. Que o digam os proprietários dos restaurantes que aderiram às "Tasquinhas", com muito menos afluência de clientela, ou os produtores de mel que vêm os seus stands às moscas, (passe a imagem que é brejeira) para ali abandonados sem nenhum critério nem conforto. Se é bem verdade que a razão económica é a mais importante das razões que determinam o afastamento do público, não é menos verdade que o evento está cada vez mais pindérico e menos cativante.
Mas nem tudo é mau. Aproxima-se o Festival de Jazz da Alta Estremadura - raio de nome, deveria ser festival de Jazz de Leiria, era bem mais verdade e trazia cá mais gente - e nos anos anteriores a inclusão da Marinha Grande não trouxe novos espectadores, bem pelo contrário, o auditório do Sport Operário raramente fica completo e tem muito piores condições. Seria isto de somenos importância, se houvesse com tal descentralização a adesão significativa de marinhenses mas o que se tem verificado ao longo dos anos que este festival já tem, é a obrigação do pessoal de Leiria de se deslocar à Marinha. É triste mas é a realidade. Já que o figurino do Festival se mantém, ao menos que comece a dar frutos e que os Marinhenses justifiquem a aposta que tem sido feita e que tem trazido do melhor do Jazz que se faz por esse mundo fora, sem deixar de referir também a excelente qualidade dos representantes do Jazz Nacional.
Vai ser de 19 de Setembro a 1 de Outubro e os preços dos espectáculos são acessíveis. Pena é terem acabado com o passe do Festival, que tornava tudo mais prático e muito menos dispendioso para quem assista a todos os concertos.
quinta-feira, agosto 28, 2008
A Esquerda sou eu...está dito!
Depois do grande exemplo do "poderio do socialismo" que foram os jogos de Pequim,
o PCP passa de novo ao ataque. Quem é o alvo? A direita, o Governo, as políticas de direita de Sócrates e do governo apoiado no PS?
Nada disso! Quem fica abaixo de cão na critica do comunista José Manuel Jara no jornal Avante são os maléficos bloquistas, que não sendo isentos (longe disso!!) a reparos, não são os inimigos do PCP... ou será que são?
Enquanto isso, esperemos que o camarada Eduardo dos Santos continue a sua saga pelo socialismo em Angola enquanto compra uns bancos por cá.
segunda-feira, agosto 18, 2008
Adivinhas Leirienses 2
1 Porque é que o estacionamento em Leiria, se é condicionado por empresas privadas
se chama Estacionamento Público?
2 Um PSP que trabalha para essas empresas privadas que gerem (e lucram com) o estacionamento em Leiria, fardado e após o seu horário de trabalho normal, é um
Polícia de Segurança Pública ou um polícia privado?
3 Será possível que a PSP de Leiria só tenha 2 veículos disponíveis para o patrulhamento?
quarta-feira, agosto 13, 2008
Se um idiota incomoda muita gente....
Nós na vida aprendemos muito. Aprender com a vida é aquilo que os que estudam chamam a aprendizagem empírica, e é exemplificada de várias formas, todas diferentes, mas no fundo todas iguais. Pode-se aprender errando, ora vejamos, se um inocente na sua primeira aproximação a uma fogueira, porque a acha ( belo trocadilho) bonita vai mexer nas brasas com a mão... aprende, mas aprende mesmo, que não se brinca com o fogo.
A experiência, mãe do empirismo, pode não ser tão traumatizante, mas mais demorada. O camponês sabe, ao fim de anos de labuta, pelo soprar do vento e olhando as nuvens, se vem chuva ou não, e raramente este metereologista caseiro se engana nas previsões.
Todos aprendemos, uns mais depressa que outros, que certas dores na barriga são sinónimo de cagada, e não precisámos de consultar nenhum tratado sobre o assunto, embora eu suponha, dado o que para aí circula, que também os haja.
Ora a experiência ensinou-me que há 3 (três) tipos de pessoas que existem para nos complicar a vida,no mínimo, e em última análise destruir o planeta de todas as formas possíveis. São eles, o idiota, o cretino e o filho da puta.
Eu defendo que não são tipos diferentes, mas que são estadios diferentes de evolução (ou retrocesso,como queiram) da besta humana.
Passo a demonstrar com um exemplo banal e comum, frequente na nossa cidade de Leiria: saímos no nosso carro, à recta, para o emprego, na 1ª viela para onde embicamos para fugir ao transito está um carro/camião/tractor estacionado de portas abertas sem ninguém lá dentro. Apitamos, aflitos, e sai um gajo que nos diz que está a trbalhar. Somos obrigados a explicar que temos pressa, e o gajo, de maus modos e devagarinho, lá tira o carro e estaciona 10 metros à frente onde havia um espacinho. É um típico idiota.
Mas se, o idiota, em vez de tirar o carro, embica e diz que está a trabalhar e que quer que a gente se vá lixar porque tem mais que fazer, e pensa que está cheio de razão e só quando a coisa está já com 30 carros atrás a apitar e com a ameaça de chamar a polícia é que ele resolve tirar o carro, para estacionar noutra rua ao lado, exactamente da mesma forma, aí está o cretino.
Mas se o cretino idiota, além de não tirar o carro, nos insulta e promete porrada, e se nós não nos encolhemos vai buscar uma marreta e dois amigos tão sacanas como ele e passam à acção, aí temos um belo exemplar de filho da puta.
Acho que fui claro.
Estes exemplares de primatas com características humanóides existem em todas as sociedades e em todas as profissões, sexos, religiões e classes sociais, sendo todavia mais comum no macho e mais adaptável a certas profissões ou cargos.
PS- Se percebeu preencha os espaços na seguinte frase:
A escolha do vídeo do ----- -- ---- Bush com a magnífica canção do grande FranK Zappa não foi aleatória.
Redfish
terça-feira, agosto 12, 2008
Adivinhas Leirienses
domingo, agosto 10, 2008
De Paris, com amor e fim de vacanças
Ir a Paris e nao ver a Bruni, é quase um pecado tão grande como ir a Roma e não ver o Silva dos Plásticos.
Depois deste pequeno intróito, resta-me dizer que não vi Bruni nenhuma. Dizem-me que lançou um novo CD
que já é um êxito, mas que não pode cantá-lo em público. Sempre pode cantar ao maridinho, para ajudar o pequeno Sarkozy a adormecer.
Outra coisa que não se vê muito em Paris são franceses, ou então, se os há, andam disfarçadíssimos de outra coisa qualquer. Depois de uma noitada com um amigo portuga lá residente, e já com os neurónios cheios de
Bordeaux, pareceu-me ouvir um Camambert a chamar pela mãe, mas não posso assegurar. Assim entre a população flutuante da cidade, uns 500 milhões de japoneses sorridentes e a ocuparem todos os espaços fotografáveis da Ille de France e arredores, mais os residentes, para aí uns 150 milhões de chineses, argelinos, africanos em geral, árabes, portugas e por aí adiante, só de quando em quando descortinamos um francês genuíno e que, por sinal e para bem deste vosso amigo, são na generalidade simpatiquíssimos, afáveis, prestáveis e correctos. Como é possível esta gente ter votado no Sarkozy? "Espanto meu", que sempre achei que que só um mau carácter pode estar de acordo com políticas racistas, xenófobas e do ponto de vista social extraordináriamente retógradas. Mais ainda quando aos fins de tarde me sento numa cervejaria em Cauchan, arredor muito airoso da grande cidade, e mando abaixo umas Stella Artois com uns compinchas argelinos, turcos, portugas e franceses, que diàriamente, após o trabalho, "tertuleiam" e partilham risos e problemas, como cá se fazia nas nossas já saudosas tabernas.
E venho com os olhos cheios dos Picassos ( o Museu Picasso é um espanto, ali escondido numa ruazinha em Marais), sem as filas loucas que quase nos fazem desistir do Museu d'Orsay e assim dos Manet, Renoir, Dantes, Tolouse Lautrec e companhia, ou do novíssimo Museu de Branly, com exposições permanentes de arte e cultura africana, asiática e americana, um espaço visualmente belíssimo e muito bem concebido. Já não há paciência para as filas na torre Eiffel, nem para os preços que são pedidos para uma subidinha lá acima, mas o tempo de espera mais o custo da expedição são uns óptimos dissuasores: para a próxima, com mais vagar a gente sobe. O resto está nos postais e nas fotos que eu a par com os japoneses também tirei às centenas ( a máquina digital revelou milhares de potenciais génios da fotografia), nos quilómetros que percorri a pé, ou na teia tão emaranhada mas tão fácil de utilizar que é a rede do Metro de Paris. Onde o preço do litro de leite é identico a Portugal, o pão pouco difere, mas onde o ordenado mínimo é quase o dobro.
Onde não consegui deixar de estranhar, pese embora a minha ( pensava eu) tolerância e abertura, a quantidade de mulheres de burka em contraste flagrante com o cosmopolitismo de uma cidade esfervescente de ritmo e sensualidade. E os ciganos, lá como cá, os excluídos, marginais entre os marginais, mendigando e
arrastando consigo o estigma da sua diferença.
As vacanças estão a acabar. À bientot.
Poisson Rouge
quinta-feira, julho 31, 2008
MAGALHÃES ? Mais uma aldrabice à José Sócrates.
José Sócrates arrisca-se a ganhar as Olimpíadas da aldrabice. O homem não diz uma que seja verdade. Com grandes parangonas nos "seus" jornais, anuncia e promete mundos, fundos e outras coisas mais sem temor ou réstea de pudor.
Hoje, primeira página dos jornais, o primeiríssio computador de fabrico inteiramente português, o Magalhães!!
Treta, pêta, aldrabice, etc.
Com a devida vénia ao Zero de Conduta, clique aqui e veja o que realmente se passa.
Redfish
quarta-feira, julho 30, 2008
PAÍS DE MISERÁVEIS
Noticia "tirada" do Arrastão :
Portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza: cerca de 2.000.000.
Beneficiários do Rendimento Social de Inserção: 311 mil (quase 40% são menores)
Despesas anuais com o Rendimento Social de Inserção: 371 milhões de euros.
O valor médio da prestação de RSI por beneficiário: 83 euros.
Lucro dos cinco maiores bancos portugueses em 2007: 8,7 milhões de euros por dia.
Perda anual de receita fiscal devido aos benefícios fiscais à banca: cerca de 700 milhões euros.
Agora comparem o tempo que se dedica a um assunto e a outro.
segunda-feira, julho 28, 2008
Carta Aberta dos "Risitentes da Secla"
Carta aberta ao Exmo. Sr. Presidente da Câmara, Dr. Fernando Costa
Como deve ser do seu conhecimento, a Secla – Sociedade de Exportação e Cerâmica, S.A., que se dedica á fabricação de louça utilitária e decorativa, foi fundada em 1947, e desde então foi trilhando o seu caminho, até ser considerada no ano de 2003, a maior empresa de cerâmica utilitária e decorativa da Europa.
Tendo sido o maior empregador do concelho, chegando a ter ao seu serviço cerca de mil trabalhadores, registamos em termos médios no ano de 2000, 608 trabalhadores e foi esta a realidade que a actual administração da empresa (Engº Antº Galvão Lucas e Sr. Castelo Branco), herdou então.
Em 15 de Maio de 2006, após a primeira grande redução de pessoal na empresa, a administração afirmou ao jornal “O Primeiro de Janeiro” que, “nos próximos anos não teremos a necessidade de realizar mais nenhuma redução” e além disso, “estamos a par do que de melhor se fabrica no mundo nesta área e é aí que queremos continuar”.
No dia 16 de Maio do corrente ano, a administração afirma ao jornal “Público”, que a alienação do património da empresa avaliada em 11 milhões de euros, realizada já no decorrer deste ano e que serviu para pagar as dívidas da empresa, “Pôs tudo a zeros” e “Agora ou vai ou racha”, disse o administrador Engº Antº Galvão Lucas, “que acredita, apesar de tudo, na continuidade da empresa”. “A empresa agora poderá durar mais 20 anos”.
No entanto, logo no dia 3 de Junho foi comunicado verbalmente a todos os trabalhadores, que a empresa encerraria no dia 30 de Junho, por falta de encomendas.
Ora, quem viveu por dentro a Secla tem consciência que as forças macro ambientais, como a globalização, a concorrência dos mercados asiáticos, a retracção da procura, a sobrevalorização do euro e o elevado custo da energia, não são a causa principal do encerramento da empresa. Em nossa opinião estas ameaças não passam de meros problemas secundários.
Face ao exposto, perguntamos ao Sr. Presidente da Câmara porque apoia quem quer o encerramento da actividade da empresa, quando a Secla é um dos maiores empregadores do concelho e um dos melhores produtores de faiança do mundo, em vez de apoiar aqueles que ficarão no desemprego e que são os verdadeiros cidadãos do seu município?
Os caldenses elegeram-no Dr. Fernando Costa, como sinal de plena confiança e vendo em si, o garante da equidade para com todos os cidadãos do município e o senhor deveria ser o primeiro e também o maior defensor dos valores democráticos. Em vez disso, toma partido e assume o papel de porta voz da empresa, que tudo tem feito para esmagar os direitos dos trabalhadores, consagrados na lei, barrando a sua entrada na empresa, ignorando completamente os procedimentos previstos na lei para os despedimentos e desrespeitando a graduação creditória estipulada por lei, colocando-nos num patamar de menoridade em relação a todos os credores da empresa, sendo nós credores privilegiados, mesmo em relação ao estado.
Quem pode dar lições de moralidade, quando por exemplo, aliena património da empresa para pagamento de dívidas à Segurança Social, às Finanças e ao BCP, e diz que para indemnizar os trabalhadores, só tem dinheiro para pagar unicamente meio salário por ano de trabalho, tudo o resto é “para esquecer”, e afirma que o faz “dentro de um quadro de razoabilidade”?
O Sr. Presidente da Câmara, com o julgamento publico que faz de todos nós trabalhadores que não aceitamos a proposta da empresa e que continuamos a acreditar na empresa e na manutenção dos postos de trabalho, demarcou-se do seu papel de autarca e dá um sinal forte e claro, em como o poder económico determina e condiciona o poder político.
Os treze trabalhadores que teimam em defender os seus direitos, exigindo que a lei se cumpra, têm plena consciência que neste momento, estão a ser uma pedra no sapato, para sabe-se lá que intenções da administração da Secla. Agora, o que não nos passava pela cabeça, é que o Sr. Presidente da Câmara, também tenha o mesmo problema - a avaliar pelas suas declarações na imprensa - e ao não aceitarmos ser empurrados e espoliados dos nossos direitos, será que estamos também a atrasar o início de alguma obra?
Por isso apelamos a todos os caldenses que não se esqueçam de o julgar, no próximo acto eleitoral.
De acordo com a sua lei – “Os cidadãos são todos iguais, mas uns são mais iguais do que outros” – o que nós Resistentes lhe podemos prometer é firmeza e muita determinação nos nossos propósitos.
Tendo nós consciência de que a luta é muito desigual, gritamos com todas as nossas forças e em uníssono: A LUTA CONTINUA!!!
Os 13 Resistentes em Luta
Como deve ser do seu conhecimento, a Secla – Sociedade de Exportação e Cerâmica, S.A., que se dedica á fabricação de louça utilitária e decorativa, foi fundada em 1947, e desde então foi trilhando o seu caminho, até ser considerada no ano de 2003, a maior empresa de cerâmica utilitária e decorativa da Europa.
Tendo sido o maior empregador do concelho, chegando a ter ao seu serviço cerca de mil trabalhadores, registamos em termos médios no ano de 2000, 608 trabalhadores e foi esta a realidade que a actual administração da empresa (Engº Antº Galvão Lucas e Sr. Castelo Branco), herdou então.
Em 15 de Maio de 2006, após a primeira grande redução de pessoal na empresa, a administração afirmou ao jornal “O Primeiro de Janeiro” que, “nos próximos anos não teremos a necessidade de realizar mais nenhuma redução” e além disso, “estamos a par do que de melhor se fabrica no mundo nesta área e é aí que queremos continuar”.
No dia 16 de Maio do corrente ano, a administração afirma ao jornal “Público”, que a alienação do património da empresa avaliada em 11 milhões de euros, realizada já no decorrer deste ano e que serviu para pagar as dívidas da empresa, “Pôs tudo a zeros” e “Agora ou vai ou racha”, disse o administrador Engº Antº Galvão Lucas, “que acredita, apesar de tudo, na continuidade da empresa”. “A empresa agora poderá durar mais 20 anos”.
No entanto, logo no dia 3 de Junho foi comunicado verbalmente a todos os trabalhadores, que a empresa encerraria no dia 30 de Junho, por falta de encomendas.
Ora, quem viveu por dentro a Secla tem consciência que as forças macro ambientais, como a globalização, a concorrência dos mercados asiáticos, a retracção da procura, a sobrevalorização do euro e o elevado custo da energia, não são a causa principal do encerramento da empresa. Em nossa opinião estas ameaças não passam de meros problemas secundários.
Face ao exposto, perguntamos ao Sr. Presidente da Câmara porque apoia quem quer o encerramento da actividade da empresa, quando a Secla é um dos maiores empregadores do concelho e um dos melhores produtores de faiança do mundo, em vez de apoiar aqueles que ficarão no desemprego e que são os verdadeiros cidadãos do seu município?
Os caldenses elegeram-no Dr. Fernando Costa, como sinal de plena confiança e vendo em si, o garante da equidade para com todos os cidadãos do município e o senhor deveria ser o primeiro e também o maior defensor dos valores democráticos. Em vez disso, toma partido e assume o papel de porta voz da empresa, que tudo tem feito para esmagar os direitos dos trabalhadores, consagrados na lei, barrando a sua entrada na empresa, ignorando completamente os procedimentos previstos na lei para os despedimentos e desrespeitando a graduação creditória estipulada por lei, colocando-nos num patamar de menoridade em relação a todos os credores da empresa, sendo nós credores privilegiados, mesmo em relação ao estado.
Quem pode dar lições de moralidade, quando por exemplo, aliena património da empresa para pagamento de dívidas à Segurança Social, às Finanças e ao BCP, e diz que para indemnizar os trabalhadores, só tem dinheiro para pagar unicamente meio salário por ano de trabalho, tudo o resto é “para esquecer”, e afirma que o faz “dentro de um quadro de razoabilidade”?
O Sr. Presidente da Câmara, com o julgamento publico que faz de todos nós trabalhadores que não aceitamos a proposta da empresa e que continuamos a acreditar na empresa e na manutenção dos postos de trabalho, demarcou-se do seu papel de autarca e dá um sinal forte e claro, em como o poder económico determina e condiciona o poder político.
Os treze trabalhadores que teimam em defender os seus direitos, exigindo que a lei se cumpra, têm plena consciência que neste momento, estão a ser uma pedra no sapato, para sabe-se lá que intenções da administração da Secla. Agora, o que não nos passava pela cabeça, é que o Sr. Presidente da Câmara, também tenha o mesmo problema - a avaliar pelas suas declarações na imprensa - e ao não aceitarmos ser empurrados e espoliados dos nossos direitos, será que estamos também a atrasar o início de alguma obra?
Por isso apelamos a todos os caldenses que não se esqueçam de o julgar, no próximo acto eleitoral.
De acordo com a sua lei – “Os cidadãos são todos iguais, mas uns são mais iguais do que outros” – o que nós Resistentes lhe podemos prometer é firmeza e muita determinação nos nossos propósitos.
Tendo nós consciência de que a luta é muito desigual, gritamos com todas as nossas forças e em uníssono: A LUTA CONTINUA!!!
Os 13 Resistentes em Luta
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